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Rodrigo Mattos

Com renda inédita, Mineirão tem sobra de ingressos

rodrigomattos

25/07/2013 07h32

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

A final da Libertadores entre o Atlético-MG e o Olimpia foi um retrato da nova realidade do futebol brasileiro: renda milionária inédita, estádio com lugares vazios e campo reduzido. Sobraram mais de 3 mi bilhetes, a Minas Arena, administradora do estádio. A empresa disse que ainda não foi possível verificar no borderô de onde eram essas entradas. Mas certamente a sobra não ocorreu por falta de interesse da torcida do Galo.

A receita obtida com o jogo atingiu R$ 14,176 milhões, praticamente o dobro do arrecadado na partida entre Santos e Flamengo, no Estádio Mané Garrincha, também neste ano, que era o recorde anterior para partidas de clubes. Ambas as partidas ocorreram em novas arenas do Mundial, ambas não tiveram ingressos mais baratos do que R$ 100,00.

Em compensação, havia 58.620 pessoas presentes, para um total de 56.550 pagantes. Só que a capacidade do Mineirão é de 62.100 torcedores. A administradora do estádio informou que foram postos à venda 60 mil bilhetes. Ou seja, havia mais de 3 mil lugares não foram comercializados. Até a manhã desta quinta-feira, a Minas Arena ainda não sabia dizer quais os assentos que não foram vendidos.

O Atlético-MG tinha dito que comercializara todos os 54 mil a que tinha direito. A administradora tinha direito a uma carga entre 6 mil e 7.800 bilhetes. Da empresa, só os camarotes esgotaram.

Na entrada, houve bagunça e diversos torcedores disseram que entraram no estádio sem apresentar ingressos. Havia reclamações de catracas quebradas.

Essa também já é uma realidade em outros dos novos estádios da Copa como o Maracanã, onde o clássico entre Fluminense e Vasco também teve lugares caros vazios por conta dos preços. E também foi uma fato no estádio em Brasília em que houve péssimos serviços, com filas para os torcedores.

Um outro elemento neste novo cenário é o campo reduzido, no padrão Fifa, com dimensão de 105m x 68m. O Mineirão tinha 110m x 75m anteriormente. Ou seja, o campo perdeu 15% da sua área total, principalmente nas laterais.

O atual time do Galo até gosta de jogar em campos com esse tamanho menor, como era o caso do Independência. Mas, para enfrentar retrancas como as do Olimpia, é mais difícil quando há menos espaço disponível para atacar. Todos os 12 campos dos estádios do Mundial também terão essa dimensão menor, incluindo o Maracanã que também tinha um campo bem maior como o Mineirão.

A final da Libertadores foi um laboratório do que vem por aí no novo futebol brasileiro.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.