Desvios em amistosos são parte de briga por seleção tercerizada
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Os desvios de dinheiro de amistosos da seleção mostrados pelo jornal "O Estado de S. Paulo" fazem parte da disputa pela seleção brasileira iniciada quando a CBF decidiu tercerizar seus jogos. A confederação abriu mão sobre o controle das partidas e terceiros começaram a brigar por sua posse, negócio milionário dentro e fora do Brasil.
O "Estadão" mostrou que a ISE (Internacional Sports Events), empresa de origem saudita, pagava US$ 450 mil por partida do Brasil a uma empresa nos EUA do presidente do Barcelona, Sandro Rosel, que é amigo e tem negócios com Ricardo Teixeira, ex-presidente da confederação.
Teixeira decidiu vender os amistosos do time nacional pouco antes da Copa-2006, quando negociou com a suíça Kentaro cinco partidas da seleção por US$ 1,1 milhão. A empresa tentou renovar o contrato após o Mundial por US$ 1,2 milhão, mas Teixeira a preteriu por uma oferta menor de US$ 1,050 milhão da ISE. Agora, sabe-se que havia um acordo paralelo com a firma de Rosel.
A Kentaro foi subcontratada para realizar os amistosos, já que a ISE não tinha know-how e depois renovara com a CBF até 2022. Só que, no segundo semestre do ano passado, a empresa suíça foi excluída da realização das partidas em favor da Pitch Internacional, também europeia.
Desde então, a Kentaro tem feito tentativas para retomar os jogos da seleção. Uma das suas últimas ofertas foi neste ano, segundo apurou o blog, com a intermediação do empresário Juan Figger. Não obteve nada.
Ao mesmo tempo, aliados do presidente José Maria Marin alegam que ele conseguiu um aumento no contrato com a ISE graças a novas ofertas feitas à CBF. Ou seja, houve uma renegociação do contrato com a empresa saudita já na gestão do atual presidente.
Dentro do Brasil, também há disputas por pedaços dos jogos do time nacional. Kléber Leite, ex-presidente do Flamengo e amigo de Teixeira, participa da comercialização de algumas das partidas. Wagner Abrahão, visto ao lado de Teixeira na sua volta ao Brasil nesta semana, tem direitos de comercialização de parte dos camarotes.
Fato é que, enquanto as empresas brigam pela seleção e são pagos valores a terceiros, a confederação deixou de ter controle sobre o destino da seleção em amistosos desde 2006.
Antes disso, a CBF vendia os jogos e havia negócios suspeitos como um amistoso nunca ocorrido na Líbia, mas a entidade tinha poder de escolha dos adversários em amistoso. Agora, no máximo, pode veta-los. Tanto que Luiz Felipe Scolari não participou da seleção dos adversários na excursão asiática deste ano, limitando-se a aprova-los. A assessoria da confederação não foi encontrada para comentar o assunto.
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