Cartolas de federações criticam atletas e sugerem redução salarial
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Principal base de apoio da CBF, dirigentes de federações estaduais criticaram o manifesto de 75 jogadores com pedido de redução do número de jogos do calendário do futebol nacional, principalmente para 2014. Esses dirigentes seriam os principais afetados já que os Estaduais passam a ficar sob perigo de diminuição, o que é rejeitado pelos cartolas. Há até sugestões de que os atletas aceitem redução salarial por menos jogos.
As principais críticas dos jogadores são o excesso de partidas, a pré-temporada reduzida com o início de Estaduais no dia 12 de janeiro e a divisão das férias de 30 dias. Pedem uma discussão com a CBF.
O presidente da confederação, Jose Maria Marin, está no exterior em viagem pessoal e deve chegar nesta quarta-feira quando poderá lidar com o assunto. Seu homem-forte Marco Polo Del Nero também está fora. Essas ausências também geram insatisfação.
"Jogadores estão chorando de barriga cheia. Está faltando bom senso para eles. Por que todos os outros assalariados têm que aceitar as normas? Eles poderiam ter até 45 dias de férias com o período da Copa. E vão abrir mão do salário neste período que vão ficar sem jogar?", afirmou o presidente da Federação do Rio Grande do Sul, Francisco Noveletto. Para o dirigente, esse modelo sugerido pelos atletas não é sustentável e vai gerar críticas para os próprios jogadores.
Já o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, posicionou-se contra os atletas e a CBF. Ele não concordou com o calendário proposto pela confederação justamente porque, sem discussão, tirou datas do seu Estado. E também questionou se os atletas aceitariam uma redução salarial em troca da queda no número de jogos.
"A CBF surpreendeu porque não convocou as federações para discutir o calendário. Tomou uma medida drástica sem consulta. Todo mundo tem que fazer parte dessa discussão, clubes, federações e jogadores", afirmou Cury. "Mas os jogadores também têm que ter coerência. Recebem alta remuneração e será que aceitariam a diminuição desse salários? Porque com menos jogos cai a propaganda, a renda de televisão. Cada parte tem que ceder."
Um dos maiores aliados de Marin, Evandro Carvalho, da Federação Pernambucano, defendeu que sequer deve haver diálogo direto com os jogadores. Para ele, esse tipo de discussão só pode ocorrer por meio dos clubes.
"Não é só o atleta pedir. É preciso que exista um entendimento com os clubes. São os clubes que guardam relação com a CBF. Os atletas têm que ser ouvidos pelos clubes que podem se manifestar para a CBF", explicou ele.
Tanto o presidente da federação pernambucana quando o da gaúcha ainda fizeram comparações entre o futebol e o basquete e o vôlei. "O basquete tem jogo todo dia, o vôlei também. No futebol, se joga de três em três dias. O que querem? Que se jogue a cada semana? Temos que entender a reinvindicação?"
No geral, os dirigentes não querem modificações nos Estaduais. Noveletto afirmou que não tem como mudar a fórmula do Gaúchão por causa do Estatuto do Torcedor. Cury contou que o Paranaense já vai cair de 24 datas, para 21 com a temporada da Copa. Todos entendem que as férias dos jogadores podem ser divididas, com metade no meio do ano, e metade no final.
O blog tentou ouvir as federações paulista, carioca, baiana, goiana e mineira, que também têm jogadores entre os signatários do manifesto de jogadores, mas sem sucesso. Marin e Del Nero estão no exterior e não foram encontrados.
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