Demora do dinheiro do BNDES leva a adaptações na obra do Itaquerão
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A lentidão para sair o empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) tem exigido adaptações na construção do Itaquerão. Itens mais caros estão sendo deixados para mais tarde, enquanto a Odebrecht agiliza partes da obra que são mais baratas. Responsáveis pelo estádio dizem que isso não vai interferir no prazo final de entrega em janeiro.
O imbróglio do financiamento público ao estádio se estende por mais de um ano. Até agora, já foram investidos R$ 715,8 milhões no estádio, segundo relatório de agosto. Para bancar esse dinheiro, a Odebrecht usou recursos próprios e fez empréstimos com bancos privados no valor de R$ 283 milhões. Por isso, não houve efeito no ritmo da obra, que tem cerca de 90% do total concluído.
O problema é que o Corinthians é quem pagará pela diferença entre os juros dos bancos privados, muito mais altos, e os do BNDES, taxa de TJLP. Até agora, esse valor somaria R$ 70 milhões segundo o último levantamento do clube.
Por isso, a diretoria corintiana e a construtora têm evitado finalizar itens mais caros até que saia de fato o financiamento. Optam por priorizar o andamento de partes da obras que tem custo menor, o que leva a economia para o Corinthians com juros. Isso faz parte de uma política feita por Andres Sanchez, responsável do clube pela obra, para minimizar gastos ao levantar o estádio – ele já cortou itens exigidos pela Fifa.
Neste contexto, também evita-se uma aceleração do cronograma de construção, que seria possível se houvesse mais dinheiro e anteciparia o aproveitamento da arena. A única exceção foi o lado leste do estádio, cujo acabamento foi feito mais rápido para realização da festa de aniversário de 103 anos. Há um entendimento, no entanto, de que será possível entregar sem problemas o estádio em janeiro, data combinada com a Fifa, no ritmo atual de obras.
Mas o clube corre para tentar superar as burocracias para fechar o acordo com a Caixa Econômica e o BNDES para receber o financiamento. Segundo pessoas envolvidas na negociação, são alguns papéis que ainda emperram o processo. Havia a expectativa de concluir esse procedimento em setembro, o que não ocorreu.
Ao mesmo tempo que enfrenta esses problemas, Andres usou a festa de aniversário corintiano para mostrar aos conselheiros que estava tudo bem com o estádio. Por isso, fez questão de realizar a celebração na arena e assim exibir a construção aos membros de poderes do clube que ainda não a conheciam.
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