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Rodrigo Mattos

Demora do dinheiro do BNDES leva a adaptações na obra do Itaquerão

rodrigomattos

01/10/2013 14h38

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

A lentidão para sair o empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) tem exigido adaptações na construção do Itaquerão. Itens mais caros estão sendo deixados para mais tarde, enquanto a Odebrecht agiliza partes da obra que são mais baratas. Responsáveis pelo estádio dizem que isso não vai interferir no prazo final de entrega em janeiro.

O imbróglio do financiamento público ao estádio se estende por mais de um ano. Até agora, já foram investidos R$ 715,8 milhões no estádio, segundo relatório de agosto. Para bancar esse dinheiro, a Odebrecht usou recursos próprios e fez empréstimos com bancos privados no valor de R$ 283 milhões. Por isso, não houve efeito no ritmo da obra, que tem cerca de 90% do total concluído.

O problema é que o Corinthians é quem pagará pela diferença entre os juros dos bancos privados, muito mais altos, e os do BNDES, taxa de TJLP. Até agora, esse valor somaria R$ 70 milhões segundo o último levantamento do clube.

Por isso, a diretoria corintiana e a construtora têm evitado finalizar itens mais caros até que saia de fato o financiamento. Optam por priorizar o andamento de partes da obras que tem custo menor, o que leva a economia para o Corinthians com juros. Isso faz parte de uma política feita por Andres Sanchez, responsável do clube pela obra, para minimizar gastos ao levantar o estádio – ele já cortou itens exigidos pela Fifa.

Neste contexto, também evita-se uma aceleração do cronograma de construção, que seria possível se houvesse mais dinheiro e anteciparia o aproveitamento da arena. A única exceção foi o lado leste do estádio, cujo acabamento foi feito mais rápido para realização da festa de aniversário de 103 anos. Há um entendimento, no entanto, de que será possível entregar sem problemas o estádio em janeiro, data combinada com a Fifa, no ritmo atual de obras.

Mas o clube corre para tentar superar as burocracias para fechar o acordo com a Caixa Econômica e o BNDES para receber o financiamento. Segundo pessoas envolvidas na negociação, são alguns papéis que ainda emperram o processo. Havia a expectativa de concluir esse procedimento em setembro, o que não ocorreu.

Ao mesmo tempo que enfrenta esses problemas, Andres usou a festa de aniversário corintiano para mostrar aos conselheiros que estava tudo bem com o estádio. Por isso, fez questão de realizar a celebração na arena e assim exibir a construção aos membros de poderes do clube que ainda não a conheciam.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.