Fundo ligado ao BMG controla fatia de Oscar e de outros 100 jogadores

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Ligado ao banco BMG, o Fundo Soccer BR1 controla percentuais de 101 jogadores de times brasileiros e internacionais. Estavam na sua lista, pelo menos até março de 2013, estrelas como Oscar (Chelsea), Bernard (Shaktar Donestk) e Marquinhos (PSG).

Criado pelo acionista do BMG, Ricardo Guimarães, o fundo está registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com um patrimônio de R$ 49,9 milhões em atletas. Sua existência foi uma das justificativa para projeto do Senado para maior transparência nas negociações do futebol brasileiro.

Seu poder sobre os jogadores é indireto e ocorre por meio da empresa Vevent Empreendimentos e Participações SA e o clube Coimbra Esporte Clube Ltda, ambos de propriedade do fundo. Detalhe: a Vevent está registrada na Junta Comercial como uma empresa de capital de R$ 100,00. No entanto, controla direitos que valem 500.000 vezes mais.

A assessoria do banco negou qualquer relação direta do fundo de investimento com o BMG, e se recusou a comentar o tema. Um empresário ligado ao clube Coimbra também foi procurado e não quis se manifestar.

Documentos do fundo obtidos pelo blog mostram a lista de todos os jogadores que tiveram direitos comprados desde 2009, quando entrou em funcionamento. Há atletas que estão no Corinthians, Atlético-MG, Fluminense, Santos, Internacional, São Paulo, Cruzeiro e Vasco, entre outros.

Entre os mais famosos, o fundo declara ter pago R$ 2,750 milhões por 25% do meia Oscar, da seleção brasileira. Esse percentual foi obtido quando o Internacional comprou seus direitos do São Paulo, no início de 2012.

Pelo relatório, manteve esses direitos após a venda ao Chelsea, que ocorreu por cerca de R$ 80 milhões. Ou seja, só nesta operação seus direitos foram multiplicados por sete. Mas só deve garantir lucro em caso de nova negociação.

Por 10% do atacante Bernard, o Soccer BR 1 pagou R$ 1,5 milhão, em setembro de 2012. Na época, ele já era uma revelação. Agora, em 2013, foi negociado pelo Atlético-MG por um valor próximo de R$ 77 milhões ao Shakhtar Donestk. Em resumo, o BMG deve ter recebido o quíntuplo do que gastou, algo em torno de R$ 7,7 milhões.

Outro bom negócio foi com o zagueiro Marquinhos, ex-Corinthians, que está no PSG. O fundo comprou 20% do jogador da equipe do Parque São Jorge por apenas R$ 1 milhão, em julho de 2011.

E ainda detinha esse percentual em março de 2013, isto é, antes da operação milionária de R$ 100 milhões que o levou da Roma para o Paris Saint-Germain. Não se sabe, no entanto, quanto foi lucrado pelo fundo nessas operações.

Só, nestas três operações, o fundo ganhou ou vai obter lucros milionários que seriam, em princípio, dos clubes Inter, Galo e Corinthians.

Na lista de jogadores pertencentes em parte ao fundo, estão ainda Rever, zagueiro, e Guilherme, atacante, ambos do Atlético-MG; Montillo, do Santos; Fabrício, do São Paulo; Diego Macedo, do Corinthians; Pedro Ken, do Vasco, entre outros. Fica claro no caso do zagueiro atleticano que nem sempre haverá lucro, visto que foram pagos R$ 7,5 milhões por metade dos direitos do jogador.

A relação tem também garotos jovens, como dois atletas do Corinthians que estão emprestados ao Avaí (Aderson Indalêncio Rosa) e ao Bragantino (André Vinicius Lima de Oliveira), e outros da base do Fluminense, como Denilson Jr.

Apesar dos negócios milionários, o fundo só registra uma rentabilidade de 0,52% entre março de 2012 e março de 2013.