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Rodrigo Mattos

Dinheiro é liberado a conta-gotas para finalizar Itaquerão

rodrigomattos

23/10/2013 15h28

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

Diante dos problemas burocráticos para receber empréstimo e incentivo públicos, o Corinthians tem optado por obter liberação de dinheiro em parcelas pequenas da Odebrecht para concluir a obra do Itaquerão.

Explica-se: é que cada recurso usado agora já passa a ter incidência de juros em percentuais bem maiores do que o capital a ser viabilizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), cuja operação não foi fechada.

Atualmente, todos as verbas para finalizar a construção do estádio têm saído do caixa da Odebrecht. Já se avolumam mais de R$ 700 milhões em despesas, incluídos ai dois empréstimos em bancos de quase R$ 300 milhões. Assim, o custo para o clube já atinge R$ 600 milhões.

Isso causa tensão o tempo inteiro na obra, segundo a descrição de uma das pessoas envolvidas no Itaquerão. Até porque a empresa, embora vá receber juros, também tem de comprometer seu capital em vez de investi-lo em outro empreendimento do grupo, como esperava se tivessem saído os R$ 400 milhões do BNDES.

Por isso, há discussões diariamente sobre liberações de dinheiro e o que é possível adiar para ser pago posteriormente, com adaptações na obra. O dinheiro costuma ser fornecido em montantes de cerca de dez milhões, ou menos, em vez de grandes valores como no meio da obra.

Mas o problema é que há um prazo de entrega, 5 de janeiro de 2014, que tem de ser cumprido. A obra está no cronograma, com 90% do total concluído. A Odebrecht já tomou a decisão de que vai tocar o projeto com seus recursos até o final independentemente do que correr até 2014. Seria péssimo para imagem da empresa parar a construção ou atrasa-la.

Juntamente com a discussão sobre o atraso do empréstimo do BNDES, há a questão dos CIDs (certificados de incentivos fiscais do município), ainda não liberadas pela prefeitura de São Paulo. Há um temor entre os envolvidos no projeto de que o município dê um calote por conta de pressões políticas sobre o prefeito paulistano, Fernando Haddad.

Mas, dentro do município, essa questão não foi discutida e é descartada uma mudança de ideia por funcionários da prefeitura. Afinal, Haddad deu sua palavra sobre os recursos para a Copa-2014.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.