Topo

Rodrigo Mattos

Blatter quer tirar vagas da América do Sul e da Europa na Copa

rodrigomattos

25/10/2013 11h40

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

Em sua coluna na revista da Fifa, nesta sexta-feira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, sugeriu dar mais vagas na Copa do Mundo para a Africa e a Asia, tirando lugares da América do Sul e da Europa. Assim, haveria mais democracia na classificação para o Mundial, em sua argumentação.

Na prática, isso significaria que confederações continentais com mais membros, e votos, seriam beneficiadas, com prejuízo de regiões com melhor futebol e menos países. Entre as 32 seleções melhores posicionadas no ranking da Fifa, há apenas três africanas, e nenhuma asiática. No top 10, só há países europeus e da América do Sul.

A sugestão de Blatter vem em um momento em que parece provável uma candidatura dele à reeleição em 2015. Nunca mais falou na aposentadoria que prometera anteriormente. Se for candidato, enfrentará Michel Platini, presidente da UEFA (confederação europeia), região onde goza de apoio unânime.

"Não pode ser que a Europa e a América do Sul tenham a maioria das vagas (18 ou 19), porque juntas representam menos associações membros (63 países) do que a Asia e Africa (100 países)"; afirmou Blatter em seu texto.

Ele disse que a Africa, confederação que mais países tem no mundo, sofre com a sub-representação no Mundial. "Enquanto for esse o caso, um país africano pode nunca ganhar a Copa", argumentou o texto de Blatter.

Pela atual divisão, a América do Sul e a Europa têm 18 ou 19 vagas na Copa. Para o Mundial-2014, isso será decidido em jogo entre Uruguai e Jordânia. A Africa tem cinco lugares na competição, mesmo número da Asia.

Só que os dois primeiros continentes concentram todos os títulos mundiais até o momento. Dos 32 times mais bem colocados no ranking da Fifa, apenas cinco não são europeus ou da América do Sul.

Uma mudança de regras das vagas, que poderia ser votada para 2018, tornaria mais difícil a caminhada do Brasil para uma futura Copa, assim como de outros países tradicionais do futebol.

Em compensação, Blatter poderia ganhar votos entre asiáticos e africanos para enfrentar a força europeia de Platini. Para o dirigente suíço, isso representaria, de fato, a globalização do futebol. Para a realidade do campo, representaria um enfraquecimento do Mundial.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.