Ao contrário da Africa do Sul, Fifa não dará dinheiro para CTs no Brasil

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Para a Africa do Sul, a Fifa injetou US$ 100 milhões (R$ 220 milhões) para centros de treinamentos de seleções. Para o Brasil, não haverá dinheiro disponível. Pelo contrário, a maior parte das reformas será bancada pelo governo federal.

A lista de 83 centros de treinamento para o Brasil foi divulgada nesta terça-feira em São Paulo. Boa parte deles é composta por instalações públicas que contarão com reformas do governo federal mesmo que não venham sequer a serem utilizados no Mundial. Assim, o país passou a ter um cota extra em relação ao número mínimo pedido pela Fifa de 64 locais para treinos.

Na Africa, a realidade foi diferente. O país africano, inicialmente, não atingiu o número mínimo de campos necessários pedidos pela federação internacional, que pedia 54 campos para seleções. Resultado: a entidade decidiu injetar um volume extra de recursos.

No Brasil, o COL (Comitê Organizador Local) recebeu apenas um orçamento residual de cerca de R$ 2 milhões para pequenas instalações complementares. Não há previsão de maiores valores para os centros incluídos na lista do comitê.

"O que vão receber são equipamentos, não dinheiro", explicou Frederico Nantes, responsável do comitê para centros de treinamento. "A diferença é que a Africa não atingiu o patamar mínimo."

Segundo Nantes, não havia obrigação de o governo federal investir mais de R$ 100 milhões em locais para treinamento públicos para o Mundial. Esses centros já estavam aprovados com o que tinham mesmo sem o dinheiro extra federal para melhorias. Foi iniciativa do Ministério do Esporte distribuir dinheiro por estádios do Brasil.

Em outros casos, eram CTs particulares em que, por contrato, a Fifa e o COL podem exigir dos donos pequenas reformas para adapta-los às condições para o Mundial. E boa parte dos CTs mais requisitados até agora pelas seleções é privado.

Até agora, 25 times nacionais já formalizaram pedidos para ter algum dos CTs do Mundial. Mas ainda é incerto quem ficará em cada lugar. A única tendência, quase certeza, é que a maioria das seleções ficará no Sudeste, segundo previsões do próprio COL

Ou seja, o dinheiro investido pelo governo federal em centros pelo Nordeste, Centro-Oeste e Norte tende a ser desperdiçado sob o ponto de vista da Copa do Mundo. No máximo, receberão treinos por um dia antes dos jogos, no caso dos COTs. Mas o ministro Aldo Rebelo entende que o Brasil deve espalhar instalações esportivas de primeiro nível pelo país. Mesmo onde nem há futebol profissional.