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Rodrigo Mattos

CBF tem chance quase nula de barrar Diego Costa na Espanha

rodrigomattos

30/10/2013 11h44

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

A possibilidade de a CBF impedir Diego Costa de atuar pela Espanha é quase nula. Especialistas em direito esportivo internacional ouvidos pelo blog deixaram claro que dificilmente será aceita a tese da entidade defendida na Fifa contra a mudança de time dele. Apesar de a comissão técnica ter desconvocado o atleta, o presidente da confederação, José Maria Marin, quer uma briga até o fim para barra-lo no rival.

As regras da Fifa são claras ao determinar que há duas prerrogativas para um jogador trocar de seleção. Primeiro, tem que possuir a cidadania do novo país, o que Diego Costa já obteve por morar há seis anos na Espanha. Segundo, não pode ter atuado em jogos de competição adultos por outro time nacional.

O atacante do Atlético de Madrid atende esses dois pré-requisitos, na opinião de dois advogados especializados em direito esportivo internacional ouvidos pelo blog. Um terceiro adotou posição neutra.

Mas a CBF enviou uma carta para a Fifa alegando que o atleta atuou pela seleção brasileira nos amistosos contra a Rússia e a Itália, em março. No documento, a entidade afirma que tratam-se de jogos oficiais porque disputados em datas da federação internacional. E ainda argumenta que os confrontos somaram pontos para o ranking da Copa.

Com isso, a confederação tenta igualar amistosos a partidas em competições oficiais, o que impediria Diego Costa de mudar de seleção e atuar pela Espanha. Há ainda a argumentação de que o Brasil não disputa eliminatórias do Mundial por ser o país-sede, por isso, os amistosos valeriam como jogos oficiais.

Só que todos os três advogados ouvidos afirmam que a regra da Fifa é clara ao diferenciar as partidas em competições das outras oficiais em que dois times se enfrentam, ou seja, os amistosos.

Dois dos advogados disseram não ver nenhum modo de a CBF conseguir barrar Diego Costa. Um terceiro afirmou que a tese da confederação era defensável, mas também não mostrou muito otimismo com uma vitória.

Para barrar o jogador no rival, a confederação terá de recorrer o Comitê de Disputa da Fifa para jogadores. A segunda instância será o tribunal esportivo internacional, o CAS.

Até agora, a Fifa não quis se pronunciar sobre a disputa porque o jogador ainda não tinha manifestado sua opinião, o que ocorreu nesta terça-feira em que ele manifestou preferência pela Espanha. Caso Marin não desista de sua briga na federação internacional, é muito provável que sofra mais uma derrota para os espanhóis, desta vez, no campo jurídico.

O blog tentou falar com o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, mas seu celular estava desligado.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.