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Rodrigo Mattos

Conmebol desrespeita regra da Sul-Americana, e Ponte quer final em casa

rodrigomattos

19/11/2013 16h13

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_ )

Enquanto o São Paulo obteve o veto do Moiséis Lucarelli na semifinal, a Conmebol liberou a realização de diversos jogos em estádios fora da capacidade mínima prevista no regulamento da Copa Sul-Americana. Dirigentes brasileiros foram informados que a regra só vale quando há uma reclamação do oponente.

A outra semifinal entre Libertad e Lanús, na quinta-feira, será realizada no Estádio Nicolas Léoz, do time paraguaio, que tem capacidade próxima de 10 mil. Ou seja, não atende o regulamento de receber um mínimo de 20 mil lugares, e é menor do que a arena da equipe de Campinas.

"A Conmebol nos informou que só exige a mudança de estádio se houver reclamação. Se não houver, pode acontecer normalmente o jogo", afirmou o presidente da Ponte Preta, Marcio Della Volpe. Ou seja, como o Lanús não pediu o cumprimento do regulamento, não houve problema de marcar o jogo para o acanhado estádio paraguaio.

A diretoria do São Paulo, por sua vez, entende estar no seu direito ao exigir que as regras sejam seguidas à risca. E conferiu os laudos do Moisés Lucarelli e do Romildão, em Mogi-Mirim, percebendo que o segundo atendia os requisitos com 20.558 torcedores possíveis. Provavelmente, haverá menos pessoas por questões de segurança.

O Estádio Nicolás Leoz chegou a ser vetado em uma partida contra o Sport porque sequer atendia a capacidade para mínima para as oitavas de finais. Mas, na ocasião, o time pernambucano reclamou do local.

O dirigente campineiro explicou já ter conversado com dirigentes do Lanús e do Libertad sobre a limitação do tamanho de estádios. Como os cartolas de ambas as equipes afirmaram que não reclamariam, Della Volpe disse que, em caso de classificação, planeja a final da Sul-Americana no Moisés Lucarelli.

Na prática, isso significaria que as duas partidas decisivas da competições seriam disputadas em estádios com menos do que os 40 mil lugares exigidos no regulamento. O estádio do Lanús, Nestor Diás Perez, registra na internet capacidade de 47 mil pessoas. Mas Della Volpe contou que o presidente do clube argentino lhe disse que, na verdade, apenas 19 mil são utilizados. Por isso, não faria reclamações.

A questão é que o regulamento da Sul-Americana não menciona, em nenhum momento, a necessidade de uma reclamação para vetar estádios sem capacidade mínima. Pelo contrário, basta a arena não atender os requisitos que deveria ser vetada. Só que a Conmebol ignora a regra se não houver queixa.

"Acho um absurdo o regulamento. Um clube pode ter uma arena muito moderna de 15 mil lugares porque tem média de 10 mil durante o ano. E, por isso, não poderá receber uma partida decisiva de competição sul-americana?", atacou Della Volpe, que afirmou que nunca reclamaria de outro clube.

Detalhe, o estádio do Libertad leva o nome do ex-presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, um das figuras mais influentes no futebol sul-americano. Ele é o patrono do clube, chegando a distribuir chaveiros com seu símbolo na sede da sul-americana. O blog tentou ouvir a Conmebol, sem sucesso.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.