Federações lutam para evitar reservas nos Estaduais

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Pressão da TV, da torcida e possibilidade de títulos são argumentos usados pelas federações para tentar evitar um esvaziamento dos Estaduais em meio à discussão sobre o calendário do futebol brasileiro. Dirigentes têm o temor de que as equipes da Série A passem a utilizar, em larga escala, seus reservas nos regionais.

O Bom Senso FC, movimento dos jogadores, quer a diminuição drástica dos Estaduais. Mas há resistência da CBF e de suas filiadas. Enquanto isso, clubes estudam poupar suas formações principais nas competições, como ocorreu com o Atlético-PR e como planejam outros times.

No Sul, a RBS, detentora dos direitos de transmissão, teve reunião com Inter e Grêmio e com a federação gaúcha após o anúncio oficial de redução da competição para 2014. No encontro, houve um pedido expresso da televisão para que não exista um excesso de jogadores poupados no Gaúchão.

Na Bahia, o presidente da federação, Ednaldo Rodrigues, joga com a pressão da torcida para evitar equipes mistas no campeonato local.

"Federação não interfere. Quem tem que protestar é o patrocinador e o torcedor que não vão ver o seu time disputando um título", afirmou o cartola.

O presidente da Federação Paranaense, Hélio Cury Jr, afirmou que os clubes têm que pensar na possibilidade de título que o Estadual lhes proporciona. Isso foi ignorado pelo Atlético-PR que, como recompensa, tem feito sua melhor temporada em anos.

"O time põe quem ele quiser. Tem que lembrar que no Brasileiro só três ou quatro disputam o título. Aqui, tem chance real", justificou Cury Jr. "O time sub-23 (do Atlético-PR) foi até a final e disputou o título. Tem que ver que a maioria dos jogadores do futebol brasileiro é sub-23."

Esses argumentos se explicam porque não há como a federação impor a presença de titulares na competição. Não há previsão contratual, nem os clubes têm como obrigar os técnicos a usar seus principais atletas.

"Aqui, no Sul, o Vanderlei Luxemburgo chegou a escalar reservas no Grêmio porque havia um jogo contra um time fraco na Libertadores duas semanas depois", reclamou Francisco Novelleto, da Federação Gaúcha.