Seguro cobre gasto de acidente do Itaquerão, mas obra deve encarecer
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Um seguro vai cobrir todos os custos gerados pelo acidente que derrubou parte da cobertura do Itaquerão, estádio da abertura da Copa-2014. Isso inclui obras extras de conserto, novos equipamentos e a indenização para famílias dos operários mortos. Assim, por conta da tragédia desta quarta-feira, não haverá aumento de gastos significativos para o Corinthians.
Mas, sim, deve haver um crescimento no custo geral do estádio que já vinha sendo discutido antes do acidente. Explica-se: a Odebrecht alega que vai gastar mais do que o previsto no contrato inicial, R$ 860 milhões, e pede um aditivo do acordo.
Em relação ao caso específico do acidente, em que houve dois operários mortos, foi contratado um seguro por um preço entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. Isso estava incluído no orçamento inicial da obra.
Entre outros itens que serão cobertos, estão a reconstrução de parte da área leste – a estrutura do estádio não foi atingida – que foi atingida por um guindaste, o conserto da máquina, e outras perdas como despesas extras com folha salarial. O seguro foi feito pela Odebrecht, que investiu até agora cerca de R$ 700 milhões na obra com recursos próprios e dinheiro de empréstimos bancários.
Ainda não há uma previsão de quanto tempo vai demorar para que todos os consertos sejam feitos até que a obra retorne ao estágio em que estava na quarta-feira antes do acidente. O telão, por exemplo, precisa ser arrumado. Haverá reuniões durante o dia para determinar um prazo final.
A indenização dos dois operários mortos também está dentro do seguro. O cálculo do valor a ser pago a seus familiares deve ser feito de acordo com uma previsão do que eles teriam a receber de salários em toda a sua vida. Também há um seguro de vida para os parentes dos operários atingidos.
Ainda haverá uma investigação por parte do Ministério Público e do Ministério do Trabalho e Emprego para saber quais as causas do acidente. E o Sindicato de Trabalhadores de Construção Pesada pede uma perícia policial, com a obra parada, para apurar os reais motivos do acidente. Pelo menos 30% da construção já está interdidata.
Apesar de o seguro cobrir todos os custos do acidente, o Corinthians deve ter que aumentar o seu desembolso para completar a obra. É que a Odebrecht vem discutindo há cerca de quatro meses um contrato aditivo para incluir aumentos nos custos durante a construção do Itaquerão.
A alegação é de que a explosão do dólar afetou o orçamento da obra que tinha preço fixado em R$ 859 milhões. Esse valor deve subir, segundo pessoas envolvidas na negociação, para R$ 900 milhões.
Mas esse montante só será fixado depois de duras conversas entre Odebrecht e Corinthians, que resiste de todas as formas ao crescimento do preço. Ou seja, o acidente ocorreu em um momento em que as partes estavam em pleno atrito por causa do preço final.
A possível liberação de verba do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também impacta no custo final para o clube, visto que os corintianos estão pagando juros a empresas privadas.
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