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Rodrigo Mattos

STJD tira o dobro de pontos de times pequenos do que de grandes

rodrigomattos

15/12/2013 06h00

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)


Desde o caso Sandro Hiroshi, em 1999, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) passou a influir ativamente na tabela do Brasileiro com punições por perda de pontos ou anulações de partidas. Levantamento do blog desde aquele ano mostra que os times pequenos sofrem muito mais do que os grandes com retirada de pontos, e também são menos favorecidos com pontos.

Agora, novamente uma retirada de pontos da Portuguesa pode alterar o rebaixamento e salvar o Fluminense da Série B. O julgamento da irregularidade do caso Heverton será realizado nesta segunda-feira, na 1a comissão disciplinar do STJD. O Flamengo também está ameaçado de perder pontos.

Houve duas razões principais para a Justiça Desportiva modificar a tabela no Nacional após resultados em campo: jogador irregular e anulação de partidas por suspeita de armação. Essas modificações influenciaram em título (2005), em rebaixamento (1999) e em briga por Libertadores (2004).

No total, em 15 anos, o tribunal retirou 65 pontos das equipes, o suficiente para levar um time à Libertadores no Brasileiro sem jogar. Em compensação, os times obtiveram 35 pontos, alguns deles ganhos no campo como os replays de partidas.

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Para efeito de comparação, foram considerados grandes os quatro de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, os quatro do Rio, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, os dois de Minas Gerais, Cruzeiro e Atlético-MG, e dois gaúchos, Grêmio e Internacional.

Seis equipes que não estão entre as maiores do país perderam 44 pontos. São elas: Paysandu (8), Ponte Preta (4), Figueirense (2), Juventude (3), Grêmio Prudente (3) e São Caetano (24), caso da morte do zagueiro Serginho.

Entre os grandes, também foram seis punidos, mas quase todos no caso de anulação de partida de 2005. Ou seja, muitas vezes perderam pontos para outros grandes. Apenas o São Paulo já foi punido por jogador irregular, justamente Sandro Hiroshi. O time do Morumbi soma seis pontos perdidos, o maior número entre os grandes.

Já no quesito pontos ganhos no tapetão – em 2005 replays em campo – os grandes superam os pequenos. Somaram 20 pontos obtidos com a repetição de jogo ou com pontos obtidos por irregularidade do rival. Neste caso, destacam-se o Corinthians, com seis pontos ganhos, e o Fluminense, com cinco. Ressalte-se que o tricolor carioca também já perdeu dois pontos.

Foram seis equipes pequenas que ganharam pontos, mas só levaram 15 pontos, a maioria foi obtido no caso da repetição de partidas. Por sua vez, houve quatro desses times que perderam pontos com jogadores irregulares.

Além disso, nenhum time pequeno deixou de ser rebaixado ou brigou por uma vaga na Libertadores e um título por causa de decisões do STJD, o que já ocorreu com equipes grandes.

Tapetão

  • Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

    PORTUGUESA PODE PERDER 4 PONTOS: O meia Héverton foi punido pelo STJD com dois jogos de suspensão, cumpriu apenas um e entrou em campo contra o Grêmio pela última rodada do Brasileirão. A Lusa alega que só tinha conhecimento da suspensão de um jogo para o armador.

    FLAMENGO PODE PERDER 4 PONTOS: O lateral André Santos deveria cumprir um jogo de gancho por conta da expulsão na final da Copa do Brasil. Ele ficou fora do jogo contra o Vitória, antes do clube ser notificado oficialmente da suspensão. Mesmo após o clube ser avisado pelo STJD, ele entrou em campo normalmente contra o Cruzeiro.

    VASCO PODE TOMAR 3 PONTOS DO ATLÉTICO-PR: O Atlético-PR ganhou do Vasco por 5 a 1, mas a partida precisou ser interrompida por 73 minutos por conta de uma briga de torcedores. Como o regulamento da CBF prevê paralisação de apenas 60 minutos em um jogo, a equipe carioca quer ser declarada vencedora nos tribunais.

    CRUZEIRO PODE PERDER 3 PONTOS: O campeão brasileiro levou para o banco de reservas contra o Vasco o goleiro Elisson, que não teria um contrato vigente com a equipe mineira.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.