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Rodrigo Mattos

Vascaínos pedirão liminar para anular jogo e indenização da CBF

rodrigomattos

07/01/2014 20h40

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

Preparada desde o ano passado, a série de ações dos torcedores vascaínos na Justiça comum será iniciada nesta ou na próxima semana, e incluirá um pedido de liminar para anular o jogo com o Atlético-PR. Se for concedida, isso pode gerar alteração imediata na tabela do Brasileiro. O grupo de torcedores tem 110 pessoas, e também pedirá indenização da CBF, organizadora do jogo. Esses processo se somam aos de torcedores da Portuguesa.

Com base no descumprimento do Estatuto do Torcedor, os processos vêm sendo articulados pelo advogado Luiz Roberto Leven Siano desde o ano passado e não têm ligação direta com o clube, que deve decidir esta semana se vai à Justiça comum. As ações dos torcedores já estão em fase final de redação. Seus réus são a CBF, o Atlético-PR e o árbitro Ricardo Marques Ribeiro. O resultado final pode até ser a reversão do rebaixamento do time.

Com atuação historicamente ligada ao Vasco, Leven Siano fez uma triagem nas cerca de 2 mil pessoas que o procuraram para mover ações por conta da violência. Foram selecionados 110 que têm provas de sua presença na Arena Joinville, assim como não participaram da briga.

As ações virão acompanhadas de uma pedido de liminar para anulação imediata do resultado da partida contra o Atlético-PR, que venceu o Vasco por 5 a 1. Se concedido esse pedido, já haveria uma alteração na tabela dos classificados à Libertadores.

"Pedimos a nulidade porque a partida não poderia ser realizada sem a presença da polícia. Queremos que seja declarado uma tutela antecipada (liminar) para suspender o resultado da partida para que ele não seja homologado", explicou o advogado, que colocará o árbitro Ricardo Marques Ribeiro.

Além do efeito esportivo, haverá uma requerimento de indenização à CBF e ao Atlético-PR como organizadores da competição e do jogo. Neste caso, o advogado considera praticamente certa uma vitória, enquanto a questão esportiva tem conclusão incerta.

"Vou ligar para a CBF antes da ação para saber se querem um acordo para indenização. Se não quiserem, vamos para a Justiça. Claro que cada torcedor tem sua pretensão", contou ele.

Explicou que há quem tenha gasto com ônibus, com avião, com comida, além do ingresso e do dano moral. Segundo o advogado, há relatos impressionantes de pessoas atingidas pela violência da briga de torcida.

O Vasco se mantém à parte da Justiça e do movimento de seus torcedores, pelo menos por enquanto. "Não existe participação do Vasco. Na verdade estou tomando conhecimento por você. A ação parte dos torcedores que se sentiram lesados, mas juridicamente não existe relação com o clube. Em relação à possibilidade de buscar a Justiça Comum ou instancias superiores (CAS), por enquanto não definimos nada"; afirmou o diretor jurídico do clube, Gustavo Pinheiro.

Procurada pelo blog, a CBF afirmou que não iria comentar. E não deve aceitar negociações para indenizações. Extraoficiamente, sua posição continua a ser de não mexer no Brasileiro de 20 clubes, com pontos corridos.

Com Renan Rodrigues

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.