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Rodrigo Mattos

Chefe de Comitê Olímpico evitará crítica 'à la Fifa' em visita a Dilma

rodrigomattos

21/01/2014 06h00

( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)

Apesar dos atrasos nos preparativos da Olimpíada, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, evitará críticas públicas à organização da Rio-2016 em sua primeira visita a presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira, em Brasília. Foi costurado um acordo prévio à reunião entre os dois para que não se repetisse o desgaste do governo federal com a Fifa, causado por reclamações dos cartolas do futebol em relação à Copa-2014.

Isso não significa que não haverá cobranças por parte da comitiva do comitê olímpico aos organizadores dos Jogos no Brasil. Haverá pedidos de explicações em relação aos atrasos para representantes da União, a prefeitura do Rio e o Rio-2016. Só que esse tipo de demanda estará restrito a salas de reuniões e principalmente a encontros entre técnicos.

Entre os dois presidentes, o tom do encontro será político para que se conheçam visto que é a primeira visita de Bach desde que foi eleito presidente do COI, em setembro de 2013. Assim como seu antecessor, Jacques Rogge, ele é cauteloso ao falar sobre preparativos: revela aperto em obras, mas evita ataques. Bach deve dar uma entrevista ainda em Brasília em tom ameno sobre o Rio-2016.

Marcado para as 15 horas, o encontro tem prevista a presença do presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, além do staff de primeiro escalão do COI. Esse procedimento também é diferente do que ocorre com José Maria Marin, presidente do COL (Comitê Organizador Local) da Copa, que nunca foi recebido por Dilma Rousseff.

O tom de cobrança mais dura deve ocorrer no Rio de Janeiro quando Gilbert Felli, diretor dos Jogos, Nawal El Moutawakel, presidente da comissão para os Jogos-2016, vão revisar o orçamento do comitê organizador e dos Jogos, que deve ser divulgado nesta semana. É preciso que o COI dê aval ao documento para que ele seja liberado.

Esse cronograma financeiro já teve três atrasos e já deveria ser divulgado há um ano e meio. O documento que será revelado terá uma série de transferências de responsabilidades do comitê organizador para o poder público com o objetivo de fechar o orçamento da entidade. Assim, tentará se evitar dinheiro público no caixa do Rio-2016, mas, na prática, haverá aumento de gastos dos governos.

Apesar de as licitações do Parque Olímpico já terem saído, o COI também vê aperto em determinadas obras para a competição, entre elas as instalações esportivas de Deodoro, e obras de infraestrutura como o metrô para a Barra da Tijuca.

Certo é que, se já enfrenta os mesmos problemas que a Fifa no Brasil, o comitê olímpico quer evitar pelo menos o desgaste público visto na Copa.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.