Maioria das mortes da Copa ocorre em estádios com obras apressadas
A morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, enquanto montava estruturas provisórias do Itaquerão, é mais uma em acidentes em estádios da Copa-2014 com obras aceleradas por conta de atrasos. Dos oito óbitos, seis aconteceram em momentos de pressa dos construtores para cumprir prazos da Fifa.
O acidente de sábado ocorreu na instalação dos 21 mil lugares provisórios para o Itaquerão receber a abertura. Na sexta-feira, o blog mostrara que a previsão para a entrega dessas estruturas era 30 de abril, além do prazo inicial que o clube prometera o estádio para a Fifa. Essas obras são de responsabilidade da Ambev e do governo do Estado.
O outro acidente no Itaquerão aconteceu em novembro de 2013 quando caiu um guindaste e matou dois operários: Ronaldo Oliveira dos Santos e Fábio Luiz Pereira.
A investigação do Ministério do Trabalho mostrou que o operador do guindaste estava há 18 dias sem folga. Também foi constatado que a Odebrecht impunha número excessivo de horas extras aos trabalhadores, o que teve de ser reduzido. Havia uma pressão da Fifa para receber a arena em 5 de janeiro.
Já a Arena Amazônia foi o estádio mais letal com quatro mortes. Pois, o Estado do Amazonas decidiu apressar a construção da arena no meio do ano passado: passou a estender a operação de instalação da cobertura até a noite. O objetivo era terminar tudo em 2013.
Desde então, morreram três operários no estádio. Foram dois em um mesmo dia, no dia 14 de dezembro. Um deles, Marcleudo de Melo Ferreira, estava justamente instalando refletores durante a madrugada, o que foi proibido posteriormente. O outro, José Antônio da Silva Nascimento, morreu de infarto enquanto fazia terraplanagem e limpeza de terreno anexo.
A obra não acabou em 2013 e mais um trabalhador faleceu no local em fevereiro deste ano quando havia uma corrida para encerra-la. Antônio José Pita Martins sofreu um acidente quando atuava na desmontagem de um guindaste.
As outras duas mortes foram em Brasília, no meio de 2012, e em Manaus, no início de 2013, quando não havia aceleração das obras.
( Para seguir o blog no Twitter: @_rodrigomattos_)
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