São Paulo racha ao debater 'casa alugada' como Corinthians e Palmeiras
Durante a eleição presidencial, a disputa entre situação e oposição no São Paulo teve como ponto central o projeto de reforma do Morumbi, não votado após boicote. A oposição entende que o modelo proposto significa jogar de "aluguel" no próprio estádio supostamente como farão os rivais Corinthians e Palmeiras. A situação defende que o clube mantém a posse sobre a arena, diferentemente dos rivais.
A grosso modo, o projeto são-paulino é ceder o uso do terreno do Morumbi e receitas dele em troca do dinheiro para obras para a construção da cobertura e de uma arena multiuso. As reformas envolvem R$ 460 milhões. Há exigência de aprovação do Conselho Deliberativo porque está prevista a utilização da área do estádio como garantia.
"A proposta deles prevê que o São Paulo passe a viver entre aspas de "aluguel" como os outros times (Corinthians e Palmeiras). Somos donos do estádio. Ex-presidentes são contra: entendem que o clube pode fazer com os recursos próprios (a cobertura). Alguns deles fizeram grandes sacrifícios para executar reformas anteriores", afirmou o conselheiro Marco Aurélio Cunha, um dos líderes da oposição que, por incrível que pareça, votou a favor do projeto.
Foi rebatido pelo novo presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, com quem bateu boca antes da reunião do Conselho ao falar sobre o tema.
"O São Paulo terá o fechamento do seu estádio por seis ou oito meses para botar a grua para elevar a cobertura. Jogará em campos alugados. Haverá perdas de receitas (com o estádio pronto), sim, mas o clube terá incorporado R$ 500 milhões em patrimônio ao final. Diferentemente dos rivais (Palmeiras e Corinthians), que são pseudo-donos dos estádios, e não são donos. O Morumbi não será hipotecado. Apenas o uso de superfície será usado como garantia", defendeu o presidente são-paulino.
A tese dos são-paulinos é de que os compromissos assumidos por palmeirenses e corintianos, na prática, os deixou sem a posse real de seus estádios Arena Palestra e Itaquerão. Por isso, eles dizem que os rivais jogarão de aluguel nos estádios.
O Palmeiras assinou um contrato com a WTorre pelo qual tem direito a apenas receitas de bilheterias, e cedeu o uso do terreno da arena. Há uma discussão sobre a administração de 35 mil cadeiras.
O Corinthians deu a área de seu estádio como garantia para empréstimos, e destinou todas as rendas da arena para o pagamento de dívidas com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e com a Caixa Econômica Federal. Até a quitação do débito, pode até ser excluído da gestão do Itaquerão.
A verdade é que qualquer clube que queira investimento externo terá de ceder receitas ou propriedades para os investimentos. A validade do negócio depende de uma análise dos prós e contras.
No caso do Morumbi, Aidar disse que o estudo avalia que a perda de receita será de R$ 23 milhões ao ano. "É mais ou menos 5% da receita, mas o patrimônio cresce muito." E terá de ser dado o uso do terreno como garantia.
Independentemente das comparações, o São Paulo vive um dilema: tem que modernizar seu estádio por ver os rivais com casas novas, mas precisa arrumar uma forma de financiar a reforma. O modelo atual pressupõe investimento por meio de um fundo em troca de receitas da casa de eventos (28 mil lugares) e parte da renda da bilheteria.
Sem a aprovação do Conselho, a situação terá de procurar outro caminho. Resta pegar a calculadora e analisar qual a melhor opção.
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