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Rodrigo Mattos

Copa introduz campos mais velozes no futebol brasileiro. Veja por quê

rodrigomattos

21/05/2014 06h00

Ao assistir a jogos da Copa-2014, o torcedor poderá perceber que haverá mais velocidade da bola e dos jogadores do que nas partidas exibidas em boa parte dos campos do futebol brasileiro. Isso não se deve apenas a maior qualidade dos atletas, mas também ao padrão Fifa para gramados. E o Brasil deve viver nova era com esse tipo de campo em 12 arenas.

Assumindo os estádios esta semana, a federação internacional e o COL (Comitê Organizador Local) vão garantir que a grama será cortada a uma altura entre 1,8 cm e 2,2 cms nos estádios. Esse é o limite permitido pela entidade que já deu essas instruções para os donos dos campos. A mesma regra vale para os 68 centros de treinamento, boa parte deles dos times.

Os gramados brasileiros variavam entre 2,5 a 5cm de altura, segundo especialistas ouvidos pelo blog. O Pacaembu tinha a primeira medida. Maracanã e Mineirão eram conhecidos por terem campos com gramas mais altas e dimensões maiores.

O Itaquerão, por exemplo, já teve o seu campo cortado ao máximo de 1,8 cm. Isso causou estranhamento nos jogadores do Corinthians na partida diante do Figueirense, no domingo, segundo o técnico Mano Menezes. Ele afirmou que a bola deslizava mais, e era mais difícil o domínio.

Em pouco tempo, os corintianos deixarão de sentir esse estranhamento. Pelo menos um dos campos do CT do clube também foi cortado na medida indicada pela Fifa, já que o Irã treinará por lá. "Vamos manter neste padrão Fifa depois do final da Copa", contou Hailton dos Santos Cunha, administrador do centro e que cuidou do gramado no Itaquerão.

Outros estádios da Copa, como o Mané Garrincha, já vêm sendo mantidos com a altura de corte padrão da Fifa. A Fonte Nova segue os mesmos limites.

Além disso, a Fifa forneceu equipamentos para tratamento do gramado, duas traves, redes e bandeiras de escanteios, todas com medidas precisas. As traves têm padrão levemente diferente das usadas no Brasil, com um circunferência maior, de 12cm, o que aumenta as linhas do campo. O blog pediu mais detalhes da preparação dos campos para o COL, mas não obteve respostas.

Fora permitir mais deslizamento da bola, a grama mais baixa também possibilita que os jogadores se cansem menos ao correr. Assim, é provável que se veja mais disposição física em campo. Agora, se isso ficará como um legado para o futebol brasileiro, dependerá se os donos de estádio manterão o corte baixo do gramado.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.