Erros de árbitros na Copa deixam Fifa em beco sem saída
Quando Jorge Larrionda não marcou gol da Inglaterra na Copa-2010, por não ter visto a bola ultrapassar a linha, a Fifa sofreu enorme pressão por mudanças na arbitragem. Aceitou incluir a tecnologia da linha do gol para o Mundial-2014. Só que novos erros de juízes na competição no Brasil, de natureza diferente, geram outra discussão sobre alterações dentro da entidade.
Dos quatro jogos da Copa, três deles tiveram marcações duvidosas. O pênalti em favor do Brasil (sobre Fred), duas anulações de gols mexicanos (de Giovanni dos Santos) e uma penalidade para a Espanha (sobre Diego Costa), ambos nesta sexta-feira.
Ainda antes dessas últimas partidas, pela manhã, o chefe de arbitragem da Fifa, Massimo Busacca, explicou que há lances que não são "nem preto, nem branco", isto é, duvidosos. Questionado sobre a implantação de tecnologia, ele não mostrou empolgação com replays para dirimir dúvidas.
"Há slow motions que ainda podem gerar opiniões diferentes. Como vamos fazer?", questionou o árbitro. "Se for determinado que haverá nova tecnologia, vamos usar. E haverá erro zero no futebol", ironizou.
Só que foi o presidente da Fifa, Joseph Blatter, quem sugeriu a utilização de replays. Sua proposta era de que técnicos poderiam desafiar decisões dos juízes e seriam tiradas as dúvidas com repetições. Mas, pela explicação de Busacca, isso não seria o suficiente. "O árbitro não está na cabeça do jogador. Então, não tem como saber se a carga é suficiente para derrubar", completou.
Para as marcações de impedimento, no entanto, os vídeos poderiam ajudar. As imagens fornecidas pela Fifa deixaram claro que houve erro na arbitragem contra os mexicanos. Bastava traçar a linha imaginária para perceber a falha. Essas imagens não foram utilizadas.
Ao mesmo tempo, a Fifa tem exibido à exaustão vídeos com a tecnologia do gol. Só que não houve nenhum lance de fato que tenha necessitado do equipamento para dirimir dúvida. A TV Globo mostrou uma jogada de Austrália e Chile, mas a olho nu era perceptível que a bola não entrou.
O problema de 2010 renovou-se para a Copa-2014, já que o futebol, como reconhecem os árbitros, aumenta de velocidade a cada ano. Assim, as decisões dos juízes se tornam mais sujeitas a erros. E a Fifa terá de correr atrás mais uma vez de uma solução.
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