Falha, segurança do Maracanã vira caixa-preta da Copa-2014
O COL (Comitê Organizador Local) transformou em uma verdadeira caixa-preta a segurança privada no Maracanã na Copa-2014. Não há nenhuma informação sobre as empresas particulares contratadas pela organização que falharam na invasão de 100 chilenos ao estádio carioca, em jogo na quarta-feira. E houve seguidos erros no controle ao acesso de outras arenas .
No Maracanã, o blog confirmou que parte dos seguranças é da empresa Sunset. Como mostrou a ESPN Brasil, essa empresa é contratada pelo Consórcio Maracanã para proteger o estádio e tem como diretor Anderson Fellipe Gonçalves, o coronel Felipe, ex-chefe de segurança do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral.
Além da Sunset, há outras empresas que atuam na proteção do estádio, mas seus nomes não são revelados. O COL foi questionado sobre quais eram as companhias contratadas, os valores investidos para proteção do estádio, e o treinamento dos homens. "Por questões contratuais, o COL não divulga informações sobre seus prestadores de serviços."
Antes do jogo entre Argentina e Bósnia, em que houve a invasão de cerca de 20 torcedores, o blog acompanhou a palestra para seguranças pouco antes do jogo. O orientador usava a distribuição de brindes em um sorteio para incentivar a presença dos homens em todos os jogos, o que mostra que não havia certeza de contar com todo efetivo.
"A cada jogo, vamos sortear brindes, como uma televisão. Ao final, haverá um sorteio muito interessante de prêmios para quem vier nos sete jogos", discursava o instrutor, que afirmava que todos passaram por treinamento para atuar.
Segundo o COL, cerca de mil homens atuavam na segurança privada do jogo entre Espanha e Chile. Um dos torcedores que invadiram relatou ao UOL Esporte que o portão ao lado da imprensa foi arrombado e houve aglomeração sem que seguranças percebessem para conter a invasão.
Lá dentro, seguranças não agrediram pessoas, mas permitiram que diversos dos invasores tivessem acesso às arquibancadas do estádio e pudessem assistir aos jogos.
Questionado sobre os serviços de proteção privado, que têm dado seguidos problemas em grandes eventos como Copa e Olimpíada, o chefe de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, afirmou que utilizá-los em vez da força pública é o procedimento padrão no Mundiais.
"Segurança privada é sempre um risco", admitiu ele. No Mundial da Africa do Sul, houve uma greve e seguranças tiveram de ser substituídos por policiais. Na Olimpíada de Londres, houve falta de homens treinados e o exército teve que atuar. No Brasil, sequer dá para saber o nível das empresas contratadas por falta de transparência da organização da Copa.
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