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Rodrigo Mattos

Baixo, Chile mostra-se vulnerável pelo alto e perde da Holanda

rodrigomattos

23/06/2014 14h57

Para quem assistiu ao equilibrado jogo entre Chile e Holanda, fica a pergunta: qual seria o melhor adversário para o Brasil nas oitavas-de-final? Não há uma resposta definitiva para essa questão. Mas o ponto fraco do Chile na bola aérea, que determinou a vitória holandesa, é bastante favorável à seleção brasileira. Veja abaixo uma análise do time chileno, com alguns detalhes do time laranja.

Como demonstrou na partida desta terça, o Chile é muito bem treinado por Jorge Sampaoli. Todos os seus jogadores sabem o que fazer em campo, e até jogadas ensaiadas, mais raras em seleções, são executadas à perfeição.

O time chileno gosta de ter a posse de bola, tendo a por 64% do tempo contra a Holanda. Tem ainda atacantes rápidos como Vargas e Alexis Sanchez e, com isso, conseguiu mais conclusões a gol.

Mas, como avança a marcação, deixa espaços para serem explorados pelas costas de seus defensores. E há um ponto fraco. Fora o goleiro Bravo, 1,86m, o restante do time do Chile não tem nenhum jogador acima de 1,80m. Isso inclui todos os defensores, Isla, Medel, Jara, Diaz e Mena.

Em contrapartida, o Brasil tem como ponto forte a bola alta na área. Fred e Jô são centroavantes de bom arremate de cabeça. E as subidas de David Luiz e Thiago Silva, em escanteios, também são perigosas.

Foi pelo alto que o Chile tomou o gol de Fer, que abriu o placar no Itaquerão. O holandês subiu sozinho na área para completar para o gol.

Diferentemente dos chilenos, a Holanda não faz questão de ter a bola. Suas armas são as arrancadas mortais, com Robben, e passes longos, ou cruzamentos. Uma das maiores figuras individuais desta Copa, Robben foi decisivo para a vitória.

Quase fez o gol em arrancada no primeiro tempo. Na segunda etapa, superou, de novo, os adversários e cruzou para Memphis fechar o placar. Seria um tormento para os zagueiros brasileiros ter de enfrentar um atacante tão rápido.

Conclusão: o jogo ofensivo do Brasil se encaixa com o chileno. Por isso, pode ser melhor enfrentar os rivais sul-americanos. Mas não há como negar as qualidades demonstradas pelos chilenos, que devem ser grande ameaça caso se confirme o confronto com a seleção.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.