Uma das maiores da história, Alemanha põe seleção brasileira no museu
A goleada da Alemanha sobre a seleção brasileira, na semifinal da Copa, representa uma mudança de era: a queda do império romano do futebol. E os bárbaros não são mais bárbaros. São os alemães quem têm o refinamento, a técnica, a bola. Ao Brasil, sobraram alguns bons jogadores, a motivação, e só um passado glorioso.
Não há a desculpa das ausências de Thiago Silva e Neymar. Não há como reclamar de apagão. Não hão como falar em falhas individuais, tantas foram elas. Foi um banho de bola, técnico, tático, de cada um dos jogadores.
O placar só não foi maior na primeira etapa porque a Alemanha respeitou o passado do futebol pentacampeão, e decidiu tirar o pé quando poderia ter feito ainda mais do que os cinco gols assinalados nesta etapa.
Foi só vontade que o Brasil mostrou nos primeiros minutos. Mas não demorou muito tempo para Khedira, Schweinsteiger, Kroos e Özil passarem a dominar o jogo. Era o melhor meio de campo do mundo contra nenhum meio de campo.
Pior, havia uma bagunça generalizada na marcação que gerou o primeiro gol de Müller, em que David Luiz falhou. A partir daí, os gols eram quase de pelada, com tabelas dentro da grande área. Foram três em três minutos, com dois de Kroos e Klose, que bateu o recorde de Ronaldo, com 16 gols. E Khedira aumentou.
Desnorteado, o Brasil tinha Hulk e Fred nulos. Fernandinho e Luiz Gustavo eram envolvido pelos rivais. A zaga tentava conter vazamentos em um cano estourado.
Diga-se a verdade: a Alemanha decidiu se poupar no segundo tempo. Tirou seu melhor zagueiro Hummels. E passou a tocar lentamente a bola. O Brasil tentou se estruturar com Ramires e Paulinho, e evitar o pior. Não rolou.
Com poucos ataques, e um pouco mais de velocidade, Schürrle conseguiu mais dois gols no segundo tempo, um deles com chute que bateu na trave. As tentativas de ataque brasileiro esbarravam em erros individuais, e em um desorganização poucas vezes vista em um time de futebol. O gol de Oscar foi isolado, e quase uma concessão dos alemães para o placar de 7 a 1. Sim, acredite, sete.
O ritmo de treino era tão claro que o Brasil acabou o jogo com mais posse de bola. E – parece piada, mas é verdade – com mais arremates a gol do que os germânicos. Em compensação, a Alemanha correu cerca de 10 km a mais do que a seleção.
Essa seleção europeia já se apresenta como uma das maiores da história, certamente a melhor em décadas da Copa. Torna-se desde já a favorita para a final. O resultado de uma verdadeira revolução no futebol alemão que foi construída desde 2002 quando se decidiu reestruturar o esporte no país, com investimento em divisões de base, CTs, técnicos, etc.
Um processo que o Brasil teria que passar para renovar o futebol nacional. A decadência é vista há anos, e nada tem sido feito. Difícil acreditar que isso ocorrerá nas mãos de dirigentes e técnicos ultrapassados responsáveis pelo que ocorreu nesta semifinal à seleção brasileira. De consolo, o enorme respeito com que a Alemanha tratou a seleção, apesar da humilhação.
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