Dunga só pensa na Copa-2018, e esquece futuro do futebol nacional
Do discurso do técnico Dunga, em sua primeira entrevista coletiva, conclui-se que a CBF continuará a pensar apenas na preparação do time para a próxima Copa, em 2018, sem planejar o futuro. Sua estratégia é oposta a da Alemanha que priorizou uma plano de cerca de 10 anos para formar seu time campeão, e, mais do isso, mudar seu futebol.
A intenção de Dunga fica clara em uma das suas afirmações: "Procuramos jogador não para daqui a dez anos, mas para curto e médio prazo", afirmou ele, embora tenha prometido trabalhar juntamente com a divisão de base.
Posteriormente, ele afirmou que a Alemanha não mudou muito sua estrutura nos últimos anos porque já contava com campos e centros de treinamento – o treinador viveu um bom tempo no país, onde foi jogador. Só que os alemães, de fato, construíram mais de mil campos, e exigiram alterações nos CTs de todos os clubes. Para Dunga, o país achou "uma boa geração".
O treinador, no entanto, reconheceu o atraso do futebol brasileiro ao contrário do antecessor Luiz Felipe Scolari, para quem o 7 a 1 para Alemanha foi fruto de uma "pane". Dunga afirmou que o Brasil não é mais o melhor e terá que trabalhar, sem ilusões, para retomar sua posição. "Não vamos vender a ideia de que vamos ganhar antes da Copa."
É fato que Dunga demonstra estar mais antenado com o futebol atual do que o antecessor ao admitir que este é disputado em todos os setores do campo, com todos os jogadores marcando e atacando. Mas suas referências entre os treinadores atuais, aqueles com quem diz ter conversado, não são os tops que revolucionam o esporte.
Citou Arrigo Sachi, Arsene Wenger e Rudd Gullit. Mas são Guardiola, Jurgen Klopp e Joachim Low, entre outros, que dominam o cenário atual. Também surpreendeu que ele tenha dito que a maioria dos times foi defensiva na Copa-2014, já que o torneio bateu o recorde de gols ao lado do Mundial-1998.
Do discurso de Dunga, pode se concluir que haverá um trabalho tático e coletivo forte para recuperar a seleção. Mas não há nenhum sinal de estratégia para fazer a revolução que o esporte precisa no país.
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