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Rodrigo Mattos

Lampejos de Elias salvam Corinthians e um clássico ruim

rodrigomattos

27/07/2014 17h59

Pouco antes dos 30min do segundo tempo, Paolo Guerrero se preparava para bater uma falta quando se estranha com Wendel com troca empurrões. O confronto se generaliza e envolve a maioria dos jogadores de Corinthians e Palmeiras, com ameaças e trombadas dos dois lados. Um retrato do primeiro clássico no Itaquerão, marcado mais pelas faltas do que por conclusões perigosas a gol.

Ganhou o Corinthians porque apresentou um mínimo de futebol e por contar com Elias, um volante que sabe jogar bola e sai da mesmice do que se viu em campo. Foram dele os dois passes para os gols corintianos.

O torcedor precisou de bastante paciência para assistir a um chute. Até os 41min do primeiro tempo, não houve nenhum arremate perigoso a gol.

Há quem atribua o fato à forte marcação dos dois times. Ao contrário do que se pode pensar, o excesso de faltas demonstra que as duas equipes têm deficiências na sua marcação, pois é a única forma que encontram de truncar o jogo. Foram mais de 40 em toda a partida, bem acima da média do Brasileiro.

A diferença é que o Corinthians apelava a faltas, mas tentava algumas triangulações pelo meio, com Elias, Renato Augusto e Petros. Foi em uma penetração como essa que Elias avançou, driblou e deu passe para o gol de Guerrero, no início do segundo tempo.

Já o Palmeiras se esforçava para recuperar a bola apenas para dar bicões da defesa para o ataque, onde Henrique vivia solitário e Mouche estava mais preocupado em compor o meio-campo.

Fato é que o gol pelo menos obrigou o técnico Ricardo Gareca a avançar o time, com as entradas de Erik e Leandro nos lugares de Mendieta e Henrique. O palmeirense, enfim, podia ver a bola na área rival de vez em quando, embora sem grande perigo.

O Corinthians manteve o pragmatismo do seu técnico Mano Menezes. Após 20min velozes no início do segundo tempo, postou-se para evitar o gol rival e aproveitar eventuais contra-ataques. Não havia muito com o que se preocupar, verdade seja dita.

De novo, Elias chegou na entrada da área e mostrou uma visão incomum entre os outros jogadores. Seu passe de lado deixou Petros em condição de chutar a gol para superar Fábio, que ainda tocou na bola.

Saldo: o clássico demonstrou que um pouco mais de qualidade no tratamento da bola ainda é decisiva, como foi o caso das jogadas de Elias. Só que, sejamos sinceros, ainda é pouco para o que se cobra pelos ingressos, pelo que se gastou com estádios, e pelos salários de jogadores e técnicos.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.