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Rodrigo Mattos

Gastando com Robinho, Santos sofre cobranças do governo de R$ 15 mi

rodrigomattos

12/08/2014 06h00

Enquanto gasta uma fortuna para repatriar Robinho, o Santos sofre ações de cobranças do governo federal em um total de R$ 15 milhões em supostos débitos em aberto. Por isso, o clube está sem a certidão negativa de débito segundo decisão da Justiça Federal. As dívidas são questionadas pela diretoria santista, e por isso não estão registradas passivo no balanço.

Há quatro ações do governo federal contra o Santos com cobranças de imposto de renda, contribuições previdenciárias, e FGTS (Fundo de Garantia Sobre Tempo de Serviço). A maioria dos débitos é referente a gestões anteriores às atuais.

O Ministério do Trabalho fez uma fiscalização em 2009  no Santos sobre o período de 2005 e 2006. Ao final, constatou contribuições e FGTS não pagos de 104 jogadores de futebol. A alegação é de que houve simulação e/ou fraude  "no pactuado entre o atleta e o clube" para economizar em impostos.

Em um processo administrativo, são cobrados R$ 5,2 milhões do Santos – o valor foi registrado na dívida ativa. O clube entrou com uma ação na Justiça Federal para anular a perda da certidão negativa de débito. No final de junho de 2014, o juiz negou liminar para o Santos e alegou que a acusação do Ministério do Trabalho estava bem fundamentada. Até então, a diretoria santista tinha a certidão.

Em outro processo, o Banco Central cobra R$ 7 milhões por uma suposta negociação não declarada de jogador de US$ 1,8 milhões há mais de dez anos. O clube conseguiu suspender temporariamente a cobrança, alegando que houve prescrição. Há um imóvel do Santos penhorado.  Em seu balanço, o Santos afirmou que "os assessores jurídicos do clube, que administram este processo, julgam que a expectativa de perda é remota".

Outra ação é de cobrança  de contribuição previdenciária no valor de R$ 2,4 milhões. E a quarta cobrança judicial exige R$ 600 mil do Santos por imposto de renda. Todos têm penhora de imóveis, embora o clube não tenha informado qual.

Questionado pelo blog, o presidente do Santos, Odílio Rodrigues, informou que só falaria sobre as questões fiscais por meio do departamento de comunicação. Ao receber perguntas, a assessoria de imprensa disse que todos os débitos estavam explicados nas notas explicativas do balanço.

No documento, são contabilizados R$ 21 milhões em cobranças fiscais pelo governo federal e pelo município. A probabilidade de perda é considerada "possível" pelo clube, mas os valores não são registrados no passivo do clube. No total, o Santos somava R$ 332 milhões em dívidas ao final de 2013. Os débito total com o governo também é muito maior, visto que já há valores que estão sendo pagos de forma parcelada.

O blog perguntou a assessoria se a contratação de uma estrela como Robinho em meio à crise não afetaria as finanças do clube. Não houve resposta.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.