Derrota palmeirense no clássico vai para a conta de Paulo Nobre
Eram 42min do segundo tempo quando Leandro, livre, chutou para a defesa de Rogério Ceni. O rebote sobrou para Henrique, sem marcação: ele tropeçou e sequer concluiu a bola no gol. Eram 43min quando Alan Kardec, marcado, subiu para acertar uma cabeçada no canto e decidir o clássico para o São Paulo.
Foi a opção de economia do presidente palmeirense Paulo Nobre que fez o Palmeiras trocar Alan Kardec por Henrique no comando de ataque do seu time. Respeitar as contas do clube, diga-se, é uma atitude louvável no futebol brasileiro. O problema é que, depois de perder Kardec, a diretoria já contratou um monte de jogadores, tem gasto mais do que arrecada, e acumula quase R$ 100 milhões de dívida com o seu presidente.
Em campo, paga a conta por seus erros com um jejum de vitórias no Brasileiro com o comando de Ricardo Gareca, que sai do jogo ainda mais questionado do que entrou.
Sob o ponto de vista técnico, o jogo foi horrendo no primeiro tempo. Algo parecido com o que ocorreu em outros clássicos paulistas. Foram 10 gols em cinco partidas, média de 2 por jogo.
De início, o Palmeiras tinha melhor movimentação e toques bem pensados saindo dos pés de Valdivia. Só que não durou muito tempo.
O meia chileno colocou a mão na coxa, na cara, reclamou de ter o olho atingido, e saiu alegando tonturas. Ninguém entendeu nada, nem o jogador. O saldo final foi que a equipe alviverde ficou sem seu principal jogador, e perdeu o rumo.
A questão é que, do outro lado, também havia um time sem ideia, estratégia, ou organização ofensiva. O quarteto Kaká, Ganso, Pato e Alan Kardec nem parecia um quarteto, tal o isolamento de cada um deles.
As defesas desorganizadas, principalmente a palmeirense, aumentaram o número de emoções após o intervalo. O zagueiro Lúcio resolveu demonstrar toda sua raça e abandonou a defesa. Os buracos eram aproveitados por um Kaká mais ligado, que por duas vezes esteve de frente para o goleiro, em uma delas parado por um impedimento mal marcado.
Até que o goleiro Fábio saiu jogando errado e entregou a bola nos pés de Ganso. Ele acordou e, sem marcação, enfiou a bola para Pato deslocar o goleiro e fazer o gol. Era para o São Paulo ter aumentado tal era a zona palestrina.
Um erro do árbitro Péricles Bassols mudou o rumo do jogo. Ele errou ao apitar pênalti para o Palmeiras em bola na mão de Édson Silva. Henrique, desta vez, cobrou bem o pênalti e fez o gol. A partir daí, o time alvinverde passou a dominar e a ter mais chances de gol, e até sua defesa melhorou com Lúcio limitando suas arrancadas.
Aproveitava principalmente espaços nas laterais e a falta de marcação mais dura dos são-paulinos. Faltou, no entanto, precisão para concluir as jogadas, em um time claramente afetado pela má fase e refém de só um jogador talentoso, que quase não joga. Sem jogar bem, o São Paulo achou o seu gol na bola na cabeça de Alan Kardec. Uma lição para o presidente palmeirense.
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