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Rodrigo Mattos

Seleção da CBF interfere na luta pela ponta do Brasileiro, e favorece Inter

rodrigomattos

19/08/2014 12h43

A convocação do técnico Dunga interferiu diretamente na briga pela liderança do Brasileiro ao enfraquecer Corinthians e Cruzeiro em duas rodadas, o que pode se estender por outros jogos. Quem sai ganhando é o Internacional, por enquanto, se não tiver atletas chamados por times estrangeiros. Isso não é culpa do treinador, mas do absurdo calendário da CBF.

Pela lista, o time mineiro perde a base do seu meio de campo com Ricardo Goulart e Evérton Ribeiro diante de Bahia e Fluminense. Por três rodadas, ainda não terá o volante Lucas Silva, outro titular do meio de campo, convocado para a seleção olímpica. Ou seja, saem três dos quatro atletas do seu setor intermediário, todos convocados com justiça, diga-se.

No caso do Corinthians, Mano Menezes, que já não tem Petros suspenso, deve ficar sem Elias e Gil nas partidas contra o Atlético-MG e Criciúma. Há ainda ameaça de perdas de Lodeiro, Romero e Guerrero, que podem ser convocados pelo Uruguai, Paraguai e Peru – o último pode pedir para não ir. Sem Cléber, negociado, o time paulista perde meio time por algumas rodadas.

Há uma possibilidade de corintianos e cruzeirenses tentarem entrar em campo após o segundo amistoso, mas, para isso, têm que jogar duas vezes em menos de 48 horas.

Favorecido é o Internacional que não teve jogadores convocados para a principal. Gilberto, Jacsson e Otávio foram chamados para seleção olímpica, mas são todos reservas. O time perde Aránguiz, convocado para o Chile, e há chance remota de D'Alessandro, para a Argentina.

Ainda haverá um superclássico das Américas, e mais três amistosos neste ano, o que pode elevar os desfalques dos jogadores para até seis partidas, fora Copa do Brasil. Não é preciso dizer que seis jogos em reta final são suficientes para decidir um campeonato com três times próximos na tabela na ponta, como Cruzeiro, Inter e Corinthians.

Dunga promete limitar suas convocações a dois atletas por clube, mas são tantas listas e os jogadores tão importantes para seus times que isso não mimimiza o dano.

Esse comentário poderia ser sobre a relação do treinador, que, aliás, é boa ao não insistir em um nove já que não temos um centroavante. Mas os problemas do futebol brasileiro estão muito mais ligados ao calendário e à organização absurda da CBF do que aos nomes chamados por Dunga.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.