Seleção da CBF interfere na luta pela ponta do Brasileiro, e favorece Inter
A convocação do técnico Dunga interferiu diretamente na briga pela liderança do Brasileiro ao enfraquecer Corinthians e Cruzeiro em duas rodadas, o que pode se estender por outros jogos. Quem sai ganhando é o Internacional, por enquanto, se não tiver atletas chamados por times estrangeiros. Isso não é culpa do treinador, mas do absurdo calendário da CBF.
Pela lista, o time mineiro perde a base do seu meio de campo com Ricardo Goulart e Evérton Ribeiro diante de Bahia e Fluminense. Por três rodadas, ainda não terá o volante Lucas Silva, outro titular do meio de campo, convocado para a seleção olímpica. Ou seja, saem três dos quatro atletas do seu setor intermediário, todos convocados com justiça, diga-se.
No caso do Corinthians, Mano Menezes, que já não tem Petros suspenso, deve ficar sem Elias e Gil nas partidas contra o Atlético-MG e Criciúma. Há ainda ameaça de perdas de Lodeiro, Romero e Guerrero, que podem ser convocados pelo Uruguai, Paraguai e Peru – o último pode pedir para não ir. Sem Cléber, negociado, o time paulista perde meio time por algumas rodadas.
Há uma possibilidade de corintianos e cruzeirenses tentarem entrar em campo após o segundo amistoso, mas, para isso, têm que jogar duas vezes em menos de 48 horas.
Favorecido é o Internacional que não teve jogadores convocados para a principal. Gilberto, Jacsson e Otávio foram chamados para seleção olímpica, mas são todos reservas. O time perde Aránguiz, convocado para o Chile, e há chance remota de D'Alessandro, para a Argentina.
Ainda haverá um superclássico das Américas, e mais três amistosos neste ano, o que pode elevar os desfalques dos jogadores para até seis partidas, fora Copa do Brasil. Não é preciso dizer que seis jogos em reta final são suficientes para decidir um campeonato com três times próximos na tabela na ponta, como Cruzeiro, Inter e Corinthians.
Dunga promete limitar suas convocações a dois atletas por clube, mas são tantas listas e os jogadores tão importantes para seus times que isso não mimimiza o dano.
Esse comentário poderia ser sobre a relação do treinador, que, aliás, é boa ao não insistir em um nove já que não temos um centroavante. Mas os problemas do futebol brasileiro estão muito mais ligados ao calendário e à organização absurda da CBF do que aos nomes chamados por Dunga.
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