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Rodrigo Mattos

Corinthians parcela todas suas dívidas fiscais com entrada de R$ 6 mi

rodrigomattos

26/08/2014 13h45

O Corinthians conseguiu a inclusão no Refis (Programa de Refinanciamento Fiscal do governo federal) para parcelar todas as suas dívidas fiscais de cerca de R$ 126 milhões feitas na gestão do ex-presidente Andrés Sanchez. Para isso, o clube teve de pagar um valor entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões como uma entrada. A quitação total ocorrerá em 15 anos.

Além desse gasto, o clube também pagou R$ 15 milhões para a Justiça Federal referente a impostos de 2010 para tentar interromper a ação criminal contra Andrés e outros dirigentes por sonegação fiscal, como informou a "Folha de S. Paulo". Pela jurisprudência da corte federal, quando há o pagamento integral do valor devido, o processo é extinto.

O clube acumulou dívidas fiscais durante a gestão do dirigente porque passou até cinco anos sem pagar todo o imposto de renda, período que também inclui as administrações de Mario Gobbi e Alberto Dualib. Há ainda débitos relacionados a FGTS (Fundo de Garantia Sobre Tempo de Serviço) e INSS que somam cerca de R$ 120 milhões.

Isso gerou a penhora de um percentual de todas as rendas do clube. A Justiça Federal até aceitou parcelar o pagamento em até 15 anos. Mas havia ações em aberto porque nem todos os juízes concordaram esses termos. Além disso, pesava a acusação criminal contra dirigentes do clube.

Diante desse cenário preocupante, o Corinthians vinha articulando a entrada no Refis da Copa, como é chamado o novo parcelamento do governo, e cujo prazo de adesão se encerrou nesta segunda-feira. O problema era obter o dinheiro suficiente para dar uma entrada. Com a inclusão, clube quita R$ 20 milhões, e ainda obtém descontos de multas.

Oficialmente, dirigentes do clube não querem se pronunciar sobre o assunto. Mas confirmaram ao blog a inclusão no Refis. Só não há a informação de onde veio o dinheiro para essa quitação.

Certo é que, com a inclusão no programa, o Corinthians se livra da possibilidade de execuções fiscais pela Justiça, nas ações que estavam em aberto, e também evita a possibilidade de interrupção dos pagamentos do patrocínio da Caixa Econômica Federal. O clube decidiu se antecipar e não esperar o Proforte – programa do governo específico para o futebol- porque não sabia quanto este ia demorar.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.