Fifa esconde conclusão de investigação sobre corrupção no Qatar-2022
Após mais de um ano, a Fifa concluiu a investigação sobre as acusações de corrupção na escolha do Qatar como sede da Copa-2022, e da Rússia para 2018. Mas a entidade manteve em segredo, pelo menos por enquanto, o relatório final em mais uma demonstração de falta de transparência. Assim, é impossível saber se há elementos para retirar o Mundial do país do Oriente Médio.
Denúncias do jornal "Sunday Times" indicavam que pessoas ligadas ao comitê do Qatar pagaram US$ 5 milhões para dirigentes de associações nacionais e até do Comitê Executivo da Fifa favorecerem o país. Por isso, a entidade encarregou Micheal Garcia, ex-membro do FBI e chefe do comitê de ética da entidade, a apurar o caso.
Nesta sexta-feira, a federação internacional anunciou que ele entregou seu documento final para o Comitê de Adjudicação, que irá julgar o caso. O relatório contém 350 páginas, após terem sido ouvidas 75 testemunhas. Segundo a entidade, foram recolhidos 200 mil páginas de material.
A Fifa afirmou ainda que o documento apontou medidas a serem tomadas em relação a determinados indivíduos, e questões a serem tratadas sobre comitês da entidade, além de fazer recomendações sobre os futuros processos de candidatura para Copa do Mundo. Só que essas informações vagas foram tudo que a entidade forneceu após meses de espera do público internacional pelos resultados finais.
O jornal "Estado de S. Paulo" afirmou que o documento indicou ilegalidades cometidas contra dirigentes, que poderiam sofrer punições. Entre os investigados, estava o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que era membro do Comitê Executivo da Fifa e votou nesta eleição. Mas não há nenhum dado sobre o que se concluiu a respeito dele.
Será o Comité de Adjudicação que tomará uma decisão sobre punições a dirigentes, indicações sobre alteração da sede do Mundial, e inclusive se todas as informações se tornarão públicas.
A Fifa não costuma divulgar seus dados internos, sendo a única exceção o caso ISL em que dirigentes da entidade receberam milhões em propina. Assim mesmo, demorou mais de 10 anos para o caso se tornar público, após seguidas pressões de patrocinadores e quando cartolas envolvidos como Teixeira já tinham se retirado.
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