Topo

Rodrigo Mattos

Não é só Fred. Brasileiro tem pior fase de centroavantes nacionais

rodrigomattos

08/09/2014 14h10

Ao fazer sua primeira convocação para a seleção brasileira, o técnico Dunga não chamou nenhum centroavante típico daqueles que ficam presos à área, incluindo na lista como jogador mais próximo dessas características Diego Tardelli. Não foi à toa. O Brasileiro demonstra que há uma decadência no desempenho dos atletas nacionais dessa posição.

Vejamos a tabela de artilheiros ao final do primeiro turno. O líder é o boliviano Marcelo Moreno, com dez gols, seguido pelo meia-atacante Ricardo Goulart. Na terceira posição, há o centroavante brasileiro mais bem colocado: Henrique, do Palmeiras, ao lado de Barcos com oito gols. Com um a menos, está o são-paulino Alexandre Pato, juntamente com Douglas Coutinho, do Atlético-PR.

O atacante palmeirense está longe de encantar sua torcida com seu estilo eficiente, mas de poucos recursos técnicos. E Pato começa a se firmar agora no São Paulo, e ainda perde gols incríveis como contra o Sport, neste domingo, sem goleiro.

A comparação com outros anos é cruel com os atuais centroavantes brasileiros. Henrique, o que tem maior número de gols, acabará o Brasileiro com 16 gols se repetir o seu desempenho no segundo turno.

Desde o início dos pontos corridos, o artilheiro que terminou com menos gols foi Souza, com 17, em 2006. Em quase todos os anos houve pelo menos um atacante com mais de 20 gols. O melhor desempenho foi o de Washington, em 2004, com 34 em 46 jogos – o campeonato era maior. Sua média é muito superior aos atuais jogadores se levarmos em conta que jogou todas as partidas.

Outro detalhe: todos os Brasileiros desde 2003 tiveram como artilheiro um centroavante nacional. Em 2009, o versátil Diego Tardelli acabou na ponta da tabela, mas tinha ao seu lado Adriano. Para a Copa-2014, Luiz Felipe Scolari levou dois atacantes de meio de área: Fred e Jô. O primeiro tem cinco gols no Nacional, o segundo, nenhum.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.