Topo

Rodrigo Mattos

Alvo de Aidar, dívida bancária do São Paulo sobe com gastança no futebol

rodrigomattos

10/09/2014 13h58

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, causou surpresa nos poderes do clube ao dar uma entrevista à "Folha de S. Paulo" em que criticava a gestão do seu sucessor e aliado Juvenal Juvêncio. Entre outros pontos, ele reclamou de o clube ter uma alta dívida bancária, com juros crescentes. Só que o endividamento é resultado de alto gasto com o futebol inclusive na gestão de Aidar.

Esse débito bancário gira em torno de R$ 134 milhões, segundo apurou o blog, valor um pouco superior ao mencionado pelo dirigente. Seus credores são bancos como o Bradesco, BMG e o ABC, entre outros, e as garantias são os contratos de televisionamento e rendas do Morumbi.

Esse endividamento é consequência da montagem do atual time do São Paulo, com seus altos salários e gastos com contratações milionárias. Isso já acontecia na gestão de Juvenal, mas repete-se na administração de Aidar.

Vamos aos números. A dívida bancária do São Paulo era de R$ 102 milhões ao final de 2011. Então, o clube decidiu fazer a contratação mais cara entre times do futebol brasileiro: Paulo Henrique Ganso. O valor do débito saltou para R$ 156 milhões ao final de 2012.

Lembre-se: Ganso é uma das estrelas do atual time de Aidar na vice-liderança do Brasileiro. Com a venda de Lucas, dinheiro que entrou no início de 2013, o São Paulo conseguiu reduzir seus débitos. O total caiu para R$ 92 milhões ao final do ano passado. Em resumo, a questão tinha sido amenizada.

O clube voltou a investir forte no futebol com Aidar na contratação de Alan Kardec, e, juntamente com os juros, houve novo salto até o valor atual.

Fora as contratações, o São Paulo tem um dos maiores gastos com folha salarial do país. Dirigentes do clube afirmam que esse valor é de cerca de R$ 9 milhões.

Só em direitos de imagem há a previsão de se pagar R$ 37 milhões até o final do ano, montante que não inclui Kardec, Pato e Kaká, contratados posteriormente. Houve um crescimento de R$ 11 milhões em relação ao que foi gasto em 2012.

Ressalte-se que, fora o endividamento bancário, de juros maiores, o São Paulo não tem problemas fiscais como a maioria dos clubes brasileiros. Tanto que nem precisou entrar no Refis da Copa em agosto.

Enfim, em sua entrevista à "Folha", Aidar afirmou que vai equilibrar as finanças do clube sem comprometer o futebol. Feitas as contas, será uma tarefa bem difícil.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.