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Rodrigo Mattos

Nem pênaltis estranhos salvam São Paulo, Fla evolui e amarga empate

rodrigomattos

25/09/2014 00h02

Há três rodadas, o São Paulo ganhava com autoridade do Cruzeiro e entrava na briga pelo título. Seu quarteto ofensivo tinha vencido todas as sete partidas que disputara jogando desde o início até então. Mas o ataque de estrelas, desta vez, parou no Flamengo que jogou melhor a maior parte do tempo e foi prejudicado por erros de arbitragem. Resultado: empate.

Foram dois pênaltis estranhos para o time são-paulino. Um deles pode ser classificado como bizarro, e, obviamente, inexistente. E o outro, com muita boa vontade para o tricolor, duvidoso. Além disso, a equipe carioca perdeu vários lances próximos ao gol, especialmente quando tinha um a mais.

Nem era o cenário pintado no início do jogo. O São Paulo mostrava o seu futebol envolvente de toques de bola e ocupação do campo ofensivo. Sufocava o Flamengo, e poderia ter feito o gol.

Surgiu então uma tabela entre Alan Kardec e Pato. O atacante caiu na área por suposto toque de Márcio Araújo, e André Luiz de Freitas Castro marcou penalidade. Nas três vezes que vi o replay, não percebi toque nenhum, pareceu um pênalti inventado. Houve quem enxergasse o desequilíbrio. Ok, duvidoso visto que é preciso assistir ao lance várias vezes.

Mas, com o gol de Rogério, o São Paulo não manteve o ritmo de ataque, e passou a dar muito espaço no lado direito de sua defesa. Por ali, atuou o melhor jogador do Flamengo, Éverton. Esperto, Luxemburgo ainda botou Gabriel no setor para garantir a superioridade sobre Auro.

E foi no chute de Gabriel que Rogério Ceni falhou para entregar a bola para Éverton empatar. A partir daí, o Flamengo era melhor, e poderia ter virado ainda no primeiro tempo.

A volta do intervalo apresentou um São Paulo ainda pior. O quarteto de ataque, pela primeira vez, falhava e não encaixava o jogo, com Ganso e Kardec sonolentos. E o árbitro errou de novo ao apitar o pênalti mais bizarro da série de erros do Brasileiro. Samir bateu com a mão na bola involuntariamente bem fora da área, e ele apontou para dentro da área. Paulo Victor fez bela defesa na cobrança de Rogério.

Mas o Flamengo seguia melhor, e poderia virar o jogo nos contra-ataques em que pegava o adversário aberto. Esse cenário ficou ainda mais rubro-negro após a justa expulsão de Michel Bastos, que deu entrada violenta em Éverton. Luis Antônio e Márcio Araújo perderam lances dentro da área, de passe ou conclusão.

Saiu o gol já desenhado do time carioca com a cabeçada de Alecsandro em cruzamento. O empate são-paulino, no finalzinho, veio nos pés de Luis Fabiano. Saíram os dois insatisfeitos. O São Paulo pela má atuação e por ficar longe do título. O Flamengo, pela exibição tosca da arbitragem, e por ter jogado melhor.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.