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Rodrigo Mattos

Sem itens da Copa, custos do Itaquerão crescem e renda do Corinthians cai

rodrigomattos

25/09/2014 13h27

No início de seu funcionamento, o Itaquerão tinha um dos menores custos operacionais de estádios em partidas em relação à renda total. Só que as despesas têm crescido nos últimos jogos, e já consomem quase metade da receita de bilheteria do Corinthians. Explicação: a contratação de uma série de itens provisórios para substituir os empregados na Copa enquanto a obra não acaba.

Vamos aos números. Na estreia do estádio, contra o Figueirense, sobrou da renda líquida um percentual de 78%, o que se explica também por uma ajuda do COL (Comitê Organizador Local) nas despesas. Em jogos logo após o Mundial, o custo subiu, mas o clube ainda retinha entre 65% e 72% do total, o que era uma demonstração de eficiência em comparação com outras arenas.

A questão é que nas últimas três partidas o item despesas diversas subiu bastante, atingindo até R$ 522 mil no clássico com o São Paulo. Logo após o Mundial, esse item representava R$ 140 mil. Depois saltou para cerca de R$ 300 mil. Agora, gira entre R$ 380 mil e R$ 500 mil.

Como resultado, nos últimos três jogos, o Corinthians ficou com pouco mais da metade da renda total do Itaquerão. Contra o Atlético-MG, obteve R$ 675 mil, ou 50,5%. Contra a Chapecoense, foi R$ 682 mil, ou 50,2%. E, diante do São Paulo, reteve R$ 1,410 milhão, ou 59%. No clássico, o Itaquerão viu sua operação mais cara, na casa de R$ 1 milhão por conta de altas despesas, policiamento e ingressos.

O dinheiro não vai para o Corinthians. É depositado em um fundo para pagamento da dívida do estádio. Quanto menos recursos entram nesta conta, mais vai demorar para pagar o débito. Gerente de operações do Itaquerão, Lúcio Blanco explicou como a operação ficou mais cara e como tentará reduzir os custos.

"Muitos itens de uso do estádio na Copa, como divisórias, tinham sido locadas e isso contemplava até agosto. Acabou essa operação. Tivemos que alugar novas estruturas temporárias. Quando a obra da Odebrecht acabar, poderemos parar de alugar uma parte", contou ele. O fim das reformas está previsto para janeiro de 2015.

Segundo ele, a renda líquida deve ficar entre 60% e 65% do total neste ano – no momento, tem sido menor como mostrado. E voltaria ao patamar de 70% ou 75% na temporada de 2015 quando a obra for concluída pela construtora.

"Temos ainda um grupo de 700 orientadores e fiscais. Não é o número de jogos europeus, mas é bastante para o padrão do Brasil. Vemos como investimento no tratamento ao público", observou Blanco.

O estádio nem está operando com toda a sua capacidade já que só recebe 38 mil pessoas, e pode atingir até 50 mil quando estiver pronto. O setor oeste, principalmente o superior, ainda vem sendo aberto aos poucos, visto que ainda não existem serviços como estacionamento e atendimento Vip instalados.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.