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Rodrigo Mattos

Com rombo, Corinthians corta contratações e aperta cinto para 2015

rodrigomattos

03/10/2014 06h00

Com o buraco nas contas de R$ 40 milhões neste ano, a diretoria do Corinthians já planeja a temporada de 2015 sem contratações de grande porte e cinto apertado no futebol mesmo se o time chegar à Libertadores.  Foi esse o compromisso da cúpula do clube com conselheiros do Cori (Conselho de Orientação) em reunião nesta semana.

O déficit de 2014 até julho ocorreu por dois motivos. Primeiro, o Corinthians obteve uma renda bem inferior à prevista com bilheteria e patrocínio no primeiro semestre. Segundo, gastou bem mais dinheiro do que estava estimado no orçamento com o futebol, como já mostrou o blog do Perrone. Isso ocorreu em um ano que deveria ser de contenção de custos.

Para o segundo semestre, o plano da diretoria é tentar pelo menos equilibrar receitas com despesas. Há uma expectativa de uma melhora nas rendas porque a segunda parte do ano costuma ser melhor do que a primeira. Só que, em 2014, há a peculiaridade de que o time não tem mais arrecadação de ingressos, pois o dinheiro vai direto para pagar a dívida do Itaquerão.

O  Corinthians já teve que pegar um empréstimo de R$  70 milhões, dos quais um valor próximo de R$ 60 milhões chegaram aos cofres do clube por conta de desconto de juros. Esse dinheiro foi usado, primordialmente, para quitar pendências como a compra de Rodriguinho, fatia de Paulinho e débitos fiscais para inclusão no Refis (programa de refinanciamento fiscal).

O problema é que ainda há um custo corrente alto do futebol até o final do ano. Só em atletas que não entram em campo pelo Corinthians porque estão emprestados há um gasto entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. O volume mais alto dessas despesas vai até o meio do ano de 2015, quando acabam contratos de alguns como Emerson Sheik. Ainda haverá a pendência de Pato.

Diante desse cenário, membros do Cori pediram uma contenção total de despesas com o futebol. A diretoria aceitou a ideia. Não será possível cortar jogadores com contrato, mas, mesmo que o time se classifique para a Libertadores, não será possível adquirir um grande nome para reforçar a equipe. Qualquer boa proposta por atletas, que não sejam imprescindíveis, será aceita.

Até porque as contratações pedidas e obtidas pelo técnico Mano Menezes não eram consenso dentro da diretoria pelo seu custo. Afinal, o orçamento previa um investimento bem menor no futebol. Em 2015, será a hora de cumprir, já que não há mais espaço para aumentar gastos.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.