Romário tem quatro vezes mais votos do que toda bancada da bola
Tendo como uma de suas bandeiras o combate à corrupção no futebol, o senador eleito do Rio de Janeiro, Romário (PSB), obteve mais do que o quádruplo dos votos do que todos os cartolas e componentes da bancada da bola no Congresso, e em Estados. Considerado todo o cenário, dirigentes, principalmente da CBF, têm pouco a festejar com a eleição apesar de manterem aliados na Câmara.
Vamos aos números. O ex-atacante da seleção brasileira obteve em torno de 4,7 milhões de votos. Entre oito cartolas, e membros da bancada da bola, somaram-se cerca de 1,1 milhão de votos, e isso inclui um candidato a governador no Mato Grosso do Sul.
Postulante ao governo do Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral (PT) conseguiu pouco menos de 600 mil votos, e irá ao segundo turno como primeiro na votação. Ele já recebeu doações da CBF, e defendeu pleitos da entidade no Senado.
Outros dois amigos da confederação foram eleitos para deputado federal, José Rocha (PR-BA) e Vicente Cândido (PT-SP), mas com votações bem mais baixas em torno de 100 mil votos. Juntos, somaram 220 mil votos. Cândido é sócio do vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e Rocha é um dos maiores defensores da entidade no Congresso, após ter recebido diversas doações. Outro que costuma ser alinhado com pautas de clubes é Deley, reeleito a deputado federal, com cerca de 50 mil votos.
Entre os cartolas, os resultados foram irregulares. Ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez (PT-SP) elegeu-se a deputado federal – ironicamente ajudou o rival Cândido – com cerca de 170 mil votos. Foi bem inferior à estimativa feita pelo PT que esperava 500 mil votos dele. Mas foi o mais votado do partido em São Paulo. É provável que apoie pleitos de clubes, mas será contra a CBF.
Não se elegeram dois presidentes de clubes do Cruzeiro e do Vasco. O cruzeirense Gilvan Tavares Pinho (PV), apesar da liderança no Brasileiro, não obteve uma vaga para deputado estadual, com pouco menos de 40 mil votos. Já Roberto Dinamite (PMDB), com o Vasco na Série B, teve menos de 10 mil votos. Outro que não se elegeu foi Marco Aurélio Cunha (PSD), ex-dirigente e conselheiro forte no São Paulo, que teve 44 mil votos para deputado estadual.
Fora isso, entre os candidatos ligados ao esporte, Silvio Torres (PSDB), carrasco da CBF na CPI, voltou a conseguir uma vaga no Congresso, mas não é certo seu retorno visto que tem cargo no governo Geraldo Alckimim. Além disso, Alvaro Dias, outro severo crítico da confederação, também teve vitória consagradora para o Senado no Paraná com mais de 4 milhões de votos.
Mais um eleito ligado ao Esporte é o ex-ministro Orlando Silva Jr. (PCdoB), que não pode ser identificado nem como bancada da bola, nem como oposição.
Em resumo, o saldo da eleição é bem desfavorável à bancada da bola em um mandato em que vão se discutir legislações importantes para o futebol, como a renegociação de dívidas e possíveis alterações à Lei Pelé.
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