Topo

Rodrigo Mattos

Clubes oferecem mais atletas a investidores, mas mercado é abalado por Fifa

rodrigomattos

14/10/2014 06h00

A proibição da Fifa de participação de investidores em direitos de jogadores só passará a valer em quatro anos, e ainda depende de regulamentação. Assim, grandes clubes do Brasil continuaram a procurar pelos fundos para oferecer jogadores e pagar contas. Só que o mercado foi abalado pela insegurança e houve redução momentânea de recursos de terceiros na compra de atletas.

O problema é que investidores não têm certeza sobre se os contratos futuros serão válidos diante do novo cenário a ser criado pela Fifa. Não está descartado que continuem a investir, mas isso depende de saber em que condições isso poderá acontecer.

Por exemplo, a criação de um clube – alguns dos grupos já contam com equipes – para vincular os jogadores só valerá a pena se a Fifa não fizer exigências sobre a atuação deles. Há uma promessa de fiscalização de times de fachada.

Um opção pode ser a terceirização de departamentos de futebol de times pequenos, que já ocorre em alguns casos. Eles serviriam de porto seguro para os jogadores pertencentes ao fundo. Mas isso também depende do que vai dizer a regra da Fifa.

Entre os maiores grupos de investidores no Brasil, estão o BMG (por meio de um fundo), o DIS (Supermercados Sonda) e a Traffic. Há ainda a Unimed que atua exclusivamente no Fluminense e detém direitos sobre seus atletas, ou a Terceira Estrela, no Santos. E há diversos outros consórcios menores de empresários.

Com a redução do dinheiro dos fundos, os clubes veem encolher mais uma tradicional fonte de renda. A Globo também está mais cautelosa na liberação de antecipação de receitas. Pelo menos alguns clubes fazem discurso de abandonar de vez as parcerias.

"Estamos cortando parceiros. Já houve um acordo para isso no clube. Fomos procurados e o presidente Carlos Miguel Aidar pediu para avisar empresários que não fará mais parcerias. Vamos respeitar a regra da Fifa", afirmou o vice-presidente de Futebol do São Paulo Athaíde Gil Guerreiro. Essa opinião está longe de ser consenso. Certeza é só de que o mercado já começa a se adaptar a um novo cenário, ainda incerto.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.