Topo

Rodrigo Mattos

Heróico, enorme, Galo dá virada improvável sobre o frio Corinthians

rodrigomattos

15/10/2014 23h57

Com menos de 5min, Paolo Guerrero ganhou a disputa com Jemerson e mandou uma bala certeira no canto de Victor para abrir o placar. Pronto, a vaga na semifinal estava decidida em favor do Corinthians com dois gols de vantagem. Será? Talvez para um time normal, talvez para uma torcida normal. Não para o Galo.

E o que poderia ser um jogo inteiro modorrento, tornou-se a partida mais emocionante da temporada 2014. Porque há jogadores no Atlético-MG que simplesmente não aceitam que algo é impossível, que existem limites físicos e técnicos para um time. Do outro lado, estava um Corinthians que se fia no pragmatismo e frieza de seu técnico Mano Menezes. Não é o suficiente em jogos diferentes como o desta quarta-feira.

E o heroísmo do Galo começou com a presença de Diego Tardelli em campo. Apareceu para jogar depois de ficar 25 horas em um voo vindo da China e de ter atuado ontem pela seleção. Aguentou um tempo e meio, com intensidade.

Do lado corintiano, o contido Mano preferiu deixar Gil e Elias de fora. Talvez, o pensamento correto sob o ponto de vista técnico, e físico. Mas, às vezes, ão adianta ficar só preso ao manual.

Logo depois de tomar o primeiro gol, o Galo reagiu com um gigante Guilherme, o melhor em campo. Atuando como meia, às vezes quase um volante, ele lançou uma bola para Luan empatar de cabeça. Luan, aquele que tinha fraturado costelas. Guilherme, aquele que é centroavante. Não era lendo manual que o time mineiro viraria.

O mesmo Guilherme chutou da entrada da área, e a bola desviou e enganou Cássio. O improvável parecia conspirar a favor do Galo.

Acaba o intervalo e Tardelli continuava a correr. Não dava para entender. Ele meteu bola preciosa para Maicosuel perder o gol. Saiu, enfim, exausto. Mas ainda havia Guilherme que aproveitou um rebote e mandou na trave e no gol.

Faltavam 15min. Era muito jogo pela frente para o Galo. E sobrou para Edcarlos fazer o quarto, formado mais um herói improvável. Quando parecia que faltaria pernas, quando lhe faltava o craque, o time mineiro sobrou em coração e em torcida. Era o suficiente.

Ao final, o técnico Levir Culpi admitiu que sofria de arritmia cardíaca. Foi engraçado. De Mano Menezes, não se ouviu uma palavra em campo. Só o grito da torcida do Galo ecoava.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.