Após vetar investidores, Fifa aperta o cerco contra clubes de fachada
Depois de proibir a participação de investidores em direitos de jogadores, a Fifa apertou o cerco contra clubes de fachada controlados por empresários com uma punição inédita por transferências simuladas. Desta forma, empresas ou fundos terão muito mais dificuldades de manter o controle de jogadores por meio de times como fazem no Brasil, e outros países.
A proibição da federação internacional aos investidores ocorreu no final de setembro em reunião do Comitê Executivo da Fifa. Ainda não foi estabelecida uma regulamentação para o veto, que passa a valer em quatro anos.
Pois bem, em 10 de outubro, a Fifa já deu uma sinalização de que as restrições serão grandes, com uma punição estabelecida pelo seu Comitê de Apelação contra clubes uruguaios e argentinos por transferências-pontes. Esse nome é dado quando a negociação de um jogador passa por um time intermediário, em geral de empresário, que ganha com isso sem que o atleta jogue com a sua camisa.
A investigação da Fifa ocorreu em cima de seis transferências de 2012 que tiveram como intermediário o clube uruguaio Institución Atlética Sud América. Os jogadores foram para gigantes do futebol argentino como o Racing Club e o Independente, além do Rosário Central e o Central Córdoba.
Como os atletas nunca atuaram pelo clube uruguaio, este foi punido com o veto a atuar em duas janelas de transferências, e os outros com multas. A Fifa entendeu que não houve fins esportivos nas vendas e empréstimos dos atletas. Assim, a entidade deixou claro que os empresários não poderão usar clubes de fachada para faturar com direitos de atletas.
"As falas do Blatter e do Valcke já indicavam que tentaria se fechar todas as brechas no futebol para que houvesse um banimento de fato dos direitos de investidores. Essa decisão (do comitê disciplinar) mostra que a Fifa será dura como os clubes que tentarem burlar a futura proibição", comentou o especialista em direito esportivo internacional Eduardo Carlezzo.
Inseguros, sem saber as regras definitivas, investidores já reduziram os recursos para o futebol. E, para o advogado, a decisão do comitê da entidade é uma demonstração de que haverá um aperto no cerco em relação aos clubes sem finalidade esportiva, que têm apenas intuito de fazer negócios.
Como o blog já mostrou, um clube da terceira divisão de Minas Gerais, o Coimbra, tem jogadores mais valiosos que equipes do Brasileiro da Série A, como Flamengo e Palmeiras.
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