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Rodrigo Mattos

Mais bem preparada, Arena Palmeiras já ameaça tomar shows do Morumbi

rodrigomattos

21/10/2014 06h00

Com a estreia marcada para o final de novembro, com Paul Mccartney, a Arena Palmeiras já ameaça tomar shows do Morumbi.  Para sediar eventos, o estádio administrado pela  W/Torre tem custos menores com logística, melhor estrutura e aluguel mais baixo, segundo apuração feita pelo blog com produtores.

Caso se confirme o maior número de shows na casa alviverde, isso representaria mais dinheiro para o Palmeiras, que fica com 5% de todas as receitas da arena, e menos para o São Paulo que conta com seu estádio como reforço de renda. Por enquanto, a diretoria são-paulina entende que não terá perda de mercado pois prevê quatro shows em 2015, mas admite reavaliar o cenário depois.

"No estádio do Palmeiras não cabem 70 mil, 80 mil. A princípio, os shows grandes vão continuar no Morumbi. Tem um em janeiro, e outros três previstos em 2015. Continuamos com nosso plano. E achamos que o Palmeiras só vai complementar", afirmou o diretor de marketing do São Paulo, Ruy Barbosa. "Mas vamos avaliar. Se enxergamos necessidade, podemos nos adaptar (preços)."

Nos bastidores, responsáveis pelo estádio palestrino entendem que vão tomar, sim, parte do mercado de shows que era do Morumbi porque poderão atender a públicos de cerca de 50 mil, mais do que suficiente para shows de grande porte. Mas também há a opinião de que a arena aumentará o número de eventos na cidade.

A vantagem da Arena Palestra é resultante de ter sido construída com o pensamento em realizar shows.  "A capacidade não é o que faz a diferença. A localização é bem melhor. Tem recursos técnicos e foi projetada para shows com corredores em volta, parte elétrica, etc. Com isso, a impressão é de que vai ter custo menor com empilhadeiras, caminhões que poderão ser locados por menos tempo", explicou o gerente de produção César Favaro, um dos que atuará no show de Mccartney e já trabalhou no Morumbi.

Veja uma lista com a diferença dos itens dos dois estádios:

Custos da estrutura para shows

No Morumbi, produtores têm que gastar até R$ 200 mil só em rampas para acesso do público ao espaço do gramado, o que é uma exigência do corpo de bombeiros. Outras gastos são com camarins de artistas, adaptados. A Arena Palmeiras já está preparada para o acesso ao público direto no espaço do gramado e nos outros setores, além de já existir estrutura de camarins e backstage.

Aluguel

A locação da Arena Palestra tem valor mais baixo do que o do Morumbi atual. Os preços não são divulgados pelos administradores do estádio alviverde, mas o blog apurou que são inferiores ao montante entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão cobrado pelos são-paulinos.

Acústica

O Morumbi é aberto sem teto, o que obriga a um tratamento maior para que o som não vá embora. Na Arena Palmeiras, houve um projeto de acústica obrigatório até para o som não escapar e incomodar a vizinhança.

Estacionamento, comida e bebida

Construída para receber shows, a Arena Palmeiras tem cerca de 2 mil vagas no estádio, mais adicionais em shoppings ao lado. O número de vagas no Morumbi é limitado. A quantidade de bares para comidas e bebidas também terá maior variedade e eficiência no estádio alviverde.

Número de shows

O São Paulo prevê no máximo quatro shows grandes por ano. A Arena Palmeiras, por conta do investimento, fala em um número entre 6 e 12 eventos com capacidade máxima em uma temporada. Ainda há previsão de um show por semana com o uso do anfiteatro, com capacidade para até 12 mil pessoas. No total, são planejados até 70 eventos.

Futebol x eventos

No Morumbi, a prioridade são os jogos de futebol, embora o time já tenha aberto mão de atuar em jogos importantes em favor do aluguel de shows. No Palmeiras, haverá um equilíbrio entre a demanda por eventos e jogos de futebol. Quando um show for mais importante, o jogo do time poderá ser deslocado.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.