Em reunião final, COL vai sugerir 'padrão Fifa' mais duro para Copas

Reunindo membros da Fifa e do governo federal, a cúpula da Copa-2014 terá o seu último encontro nos próximos dias 8 e 9 de novembro em Zurique, Suíça, para avaliar o relatório sobre a organização. Entre outros pontos, o COL (Comitê Organizador Local) vai sugerir à federação internacional que as suas regras sejam mais detalhadas para os países-sede. Ou seja, o 'padrão Fifa' seria mais duro.

Realizado pela primeira vez, o briefing da Fifa sobre o Mundial servirá como base de conhecimento para a Rússia-2018 e futuras sedes. É uma prática já comum do COI (Comitê Olímpico Internacional) em Jogos desde 2000. Sedes olímpicas têm obrigação de produzir material com dados para seus sucessores.

O COL já preparou um documento com entre 300 e 400 páginas que foi apresentado para membros da Fifa em um primeiro encontro. Agora, chegou a vez de o material ser submetido aos membros do Comitê Organizador da Copa do Mundo, que inclui praticamente todos os membros do Comitê Executivo da Fifa como o presidente Joseph Blatter.

Além dos cartolas, está prevista a presença no encontro dos principais executivos do Ministério do Esporte, como o secretário executivo, Luis Fernandes, e possivelmente o ministro Aldo Rebelo. O presidente da CBF e do COL, José Maria Marin, além de Ronaldo, também vão à reunião.

No documento, o COL mostrará a necessidade de maior detalhamento das regras da Fifa para os estádios da Copa. O caderno de recomendações da entidade para as arenas é genérico em vários pontos, sem especificar o que é exigência e o que é só uma preferência. Por isso, os projetos eram revisados constantemente, e as sedes reclamavam que apareciam novas orientações com o tempo.

Um exemplo é a questão dos gramados. O documento não determina um tipo de grama obrigatório, nem procedimentos de tratamento. Isso foi estabelecido com o tempo em conjunto entre técnicos do COL, das sedes e da Fifa. Mas não houve um padrão único.

Assim, Manaus, por exemplo, teve que passar por uma intervenção do comitê para salvar a grama e apresentá-la em condições para o Mundial. Outros estádios sofreram com excessos de treinos que desgastaram o campo. Para o COL, deveria haver procedimentos para evitar esse tipo de questão.

O comitê ainda vai detalhar quais foram os cronogramas e métodos de contratação utilizados para que a federação internacional tenha uma referência de padrão. A sugestão de detalhar mais as exigências surpreende porque a preparação brasileira foi marcada por reclamações de que a Fifa era muito dura com o país.

Na avaliação de altos e baixos, o COL apontará como pontos positivos os serviços ao espectador, o programa de voluntários, a operação do estádio e a segurança, apesar da invasão do Maracanã por cerca de 100 chilenos.

Como principal problema, será colocado o cronograma de entrega de estádios, praticamente todos atrasados. Com isso, foi afetada a operação de instalação de estruturas provisórias, e as concessões de serviços como comida e bebida. Essa é a explicação para os serviços piores no início da competição, assim como instalações como o gramado.