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Rodrigo Mattos

Queda-de-braço entre Palmeiras e W/Torre atrapalha operação da arena

rodrigomattos

20/11/2014 05h00

Embora com quase todas as suas instalações prontas, a Arena Palmeiras teve problemas na operação do estádio como sujeira e improvisos em sua estreia. Essas questões foram causadas em grande parte pela queda-de-braço entre a W/Torre e o clube. Ressalte-se: foi o Palmeiras o responsável pela organização da partida.

Até agora é a W/Torre quem opera o estádio no dia a dia e, portanto, quem conhece melhor as instalações. Foi a construtora que organizou os dois eventos-testes anteriores. Só que, para a estreia da arena, o Palmeiras afirmou que assumiria toda a logística porque a partida era sua.

O maior problema foi a quantidade de poeira espalhada pelo estádio. A reportagem viu torcedores reclamando da sujeira para atendentes. A empresa de limpeza contratada pelo Palmeiras demorou a entrar no estádio pelo que apurou o blog. Mas o clube reclama de só ter tido acesso à arena a poucas horas do jogo.

Houve problemas ainda de orientação para os torcedores, que tinham que dar voltas sem receber instruções a quais setores deveriam se dirigir. A reportagem também verificou que havia desorganização na movimentação interna dos torcedores, e nos acessos das bilheterias com pessoas em locais não permitidos constantemente. Houve casos de torcedor com ingresso para lugar inexistente.

Uma promessa da construtora, a internet também não funcionou como deveria. O sinal livre para torcedores aguentou antes do jogo, enquanto a rede para jornalistas passou a maior parte do tempo fora do ar.

Na avaliação da construtora, a equipe que atuou no estádio foi reduzida em relação ao que é necessário para limpeza, orientação e seguraça. E o staff palmeirense está desacostumado a atuar na arena, já que vinha fazendo jogos no Pacaembu.

Em compensação, nos bastidores, o clube alega que houve várias mudanças do momento em que seria entregue à arena para os palmeirenses. Funcionários alviverdes ainda reclamaram de instalações do estádio, ou por estarem fora do lugar ou por serem pequenos.

Fato é que o Palmeiras vai continuar a operar os jogos do estádio, enquanto a W/Torre vai operá-lo no dia a dia. O clube terá direito a renda, descontados os valores de despesas da arena. Mas os dois lados terão de se entender em relação à logística ou a disputa que ocorre na corte de arbitragem por direito de negociar assentos afetará o torcedor.

Com Danilo Lavieri

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.