Topo

Rodrigo Mattos

Governo deve manter todos os chefes olímpicos apesar de novo ministro

rodrigomattos

03/01/2015 05h00

Com a posse do novo ministro do Esporte George Hilton (PRB-MG), nesta sexta-feira, começou a se desenhar o xadrez da nova organização do esporte dentro do governo federal. E há sinalização de que a Casa Civil deve assumir a condução da Olimpíada, como antecipara Edgar Alves, em sua coluna na "Folha". Dentro do Esporte, a tendência é a manutenção da estrutura do departamento de alto rendimento, que cuida das verbas para a preparação de atletas olímpicos.

Assim Hilton teria autonomia para tocar outros setores da pasta como os programas sociais, Segundo Tempo e distribuição de quadras. Para as questões do futebol, onde há uma discussão de lei refinanciamento para os clubes, há indefinição.

Titular do Ministério da Casa Civil, Aloísio Mercadante já vem pressionando desde a Copa do Mundo para que sua pasta tenha mais protagonismo nos grandes eventos. No Mundial, perdeu a queda-de-braço pois o secretário-executivo do Esporte, Luis Fernandes, tornou-se o homem forte da sua organização.

Na Olimpíada, é provável que a Casa Civil passe a coordenar ações. A APO (Autoridade Pública Olímpica) já é a responsável por controlar a execução de obras e de orçamentos dos projetos, tocados majoritariamente pela prefeitura do Rio de Janeiro. A empresa tem como titular Fernando Azevedo e Silva, que é indicação pessoal de Dilma e não deve sair. O Esporte, no entanto, tinha rubrica de algumas despesas olímpicas.

A coordenação da preparação de atletas, por meio de injeção de verbas recordes no Plano Medalha (estatais, tesouro e lei de incentivo), deve continuar no Esporte, mas sem influência do novo ministro. A tendência é que o secretário de alto rendimento, Ricardo Leyser, seja mantido. Ele tem relação muito boa com a Casa Civil, o que fortalece sua permanência, além do que agora é um período crucial em que falta apenas um ano e meio para os Jogos.

A coluna de Lauro Jardim, na Veja, mostrou que Dilma não prometeu a nenhum ministro porteira fechada, isto é, todos os cargos dentro de sua pasta. Isso reforça a tendência a fatiar o poder no Esporte.

Em seu discurso de posse, o ministro George Hilton, que admitiu não entender da área que assume, disse que priorizaria o esporte educacional, e programas sociais. Falou rapidamente sobre o legado da Olimpíada. Ele já fez ligações para cartolas e ex-atletas influentes para tentar amenizar a má impressão causada por sua nomeação.

Uma incógnita é o futebol. Homem forte do ministério, Luis Fernandes pode sair para acompanhar Aldo Rebelo no Ministério de Ciência e Teconologia. Ele é oriundo da área de pesquisa, e já atuou na pasta. Se ele sair, o ministério ficaria sem o principal nome em meio à negociação da LRFE (Lei de Refinanciamento Fiscal do Esporte) para os clubes, e teria de ser definida a situação do secretário de futebol, Toninho Nascimento. A Casa Civil já participava desta negociação também.

George Hilton vai começar a reunir os atuais homens do ministério para conversar na próxima semana. Só depois disso deve dar sua primeira entrevista para explicar os planos da pasta.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.