Topo

Rodrigo Mattos

Com justiça, C. Ronaldo é o 1o eleito melhor da Fifa após Copa ruim

rodrigomattos

12/01/2015 16h02

A escolha de Cristiano Ronaldo como melhor do mundo da Fifa é simbólica porque pela primeira vez o desempenho na Copa do Mundo é ignorado na eleição. Desde o início da votação da federação internacional, o vencedor, em geral, é o de maior destaque na competição mais importante. Uma exceção foi Messi, em 2010, mas ele teve um desempenho bom no Mundial.

Neste ano, Cristiano Ronaldo, afetado por lesões, teve uma Copa completamente apagada por Portugual. Disputou apenas três partidas, fez um gol, e deu uma assistência. Sua participação não se prolongou porque o time foi eliminado na primeira fase.

Um rendimento bem inferior ao dos seus concorrentes Messi e Neuer. Ambos chegaram à decisão da Copa com seus times, sendo que o argentino chegou a ser escolhido (de forma polêmica, diga-se), o melhor do torneio. O goleiro foi destaque da Alemanha, campeã mundial.

A questão é que Cristiano Ronaldo brilhou bem mais em suas atuações pelo Real Madrid. O título do time espanhol na Liga dos Campeões veio com 17 gols dele, em 11 jogos, fora cinco assistências e 47 chutes na meta. Seu rendimento no Espanhol e nas eliminatórias do Mundial também foram do mesmo patamar, tanto no primeiro quanto no segundo semestre.

Desde 1991, quando foi criado, o prêmio da Fifa em ano de Copa foi para Romário (1994), Zidane (1998), Ronaldo (2002), e Cannavaro (2006) e Messi (2010). Desses, o único argentino foi o único não campeão. Antes, havia apenas a Bola de Ouro, da France Football, que se unificou ao prêmio da entidade.

Apesar da falta de gols na Africa do Sul, Messi foi o condutor da Argentina na primeira fase e na vitória das oitavas-de -final diante do México – fez jogadas brilhantes em um time desarrumado por Maradona. Foi derrotado por uma Alemanha bem superior coletivamente.

Não se questiona neste texto a justiça da escolha de Cristiano Ronaldo, que foi, sim, o melhor considerado todo o ano. O que se analisa é que capitães e técnicos das seleções, que votaram no português, reduziram a importância da Copa na avaliação final de um jogador.

A Liga dos Campeões passou a ter peso, no mínimo, similar. Esse é um cenário bem diferente do passado em que a Fifa só olhava para seu principal torneio.

PS Constrangedor foi a inclusão de Thiago Silva e David Luiz na seleção da Fifa como melhores zagueiros do mundo. O último participou da goleada sofrida por 7 a 1 para Alemanha. E Thiago, por mais que tenha tido boa atuação até as quartas-de-final, não pode ser colocado no grupo depois do que ocorreu com o Brasil.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.