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Rodrigo Mattos

COI vai dobrar repasse de dinheiro para cidades-sedes de Olimpíadas

rodrigomattos

21/01/2015 05h00

Em seu novo modelo de organização, o COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou que vai mais do que dobrar as verbas para a organização dos Jogos de 2024 em relação ao Rio-2016. Isso significa que a futura cidade-sede escolhida deve ter uma redução significativa de custo, já que as regras novas prevêm um evento mais enxuto e com mais dinheiro do comitê.

O processo de candidatura para 2024 foi lançado na semana passada, e já tem como interessados os EUA, Itália e a Alemanha. É a primeira eleição após o COI aprovar a Agenda 2020 que prevê redução dos custos de postulação e organização dos Jogos, e mudanças no processo para trabalhar com as cidades os riscos da competição.

Com essa concepção, o comitê internacional informou que dará uma contribuição de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,92 bilhões) para ajudar os Jogos de 2024. Esse novo valor representa um incremento significativo em relação a Tóquio-2020, cujo orçamento tem uma previsão de R$ US$ 750 milhões (R$ 1,96 bilhão) oriundos do COI, além de US$ 335 milhões dos patrocinadores internacionais.

É uma reação às críticas e desinteresse demonstrado por algumas cidades em relação ao modelo antigo da organização da Olimpíada, usado no Rio, em que o custo recai de forma pesada sobre a sede.

Além disso, nas novas diretrizes, fica claro que o COI quer acabar com as candidaturas milionárias. Para se ter uma ideia, o governo federal, do Estado do Rio e prefeitura gastaram R$ 85 milhões com a postulação vencedora carioca. Desse total, cerca de R$ 50 milhões foram com consultorias sem licitação.

Para modificar o cenário, o COI criará uma nova fase na candidatura que é a do convite. Ou seja, as cidades manifestam seu interesse em sediar o evento e são chamadas para reuniões e seminários com executivos do comitê que vão ajudá-las a moldar a proposta. Só depois disso elas formalizam sua intenção de concorrer e entregam dossiês até setembro.

E está claro o que se espera no novo modelo olímpico. O COI relata que incentivará que sejam priorizadas sedes existentes ou temporárias (montadas e desmontadas) sempre que não houver uma justificativa de um local que será usado a longo prazo. Essa foi a estratégia adotada em boa parte das instalações de Londres-2012. O Rio utilizou esse modelo para algumas sedes como tênis, handebol, etc.

O COI, claramente, se adapta a um novo mundo que questiona os altos custos envolvidos em grandes eventos, como ocorreu em protestos contra a Copa do Mundo no Brasil. Resta saber se a Fifa seguirá o mesmo caminho no futuro.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.