Topo

Rodrigo Mattos

Europa, México e China investem forte para contratar, Brasil fica para trás

rodrigomattos

03/02/2015 06h00

Números da janela de transferência de jogadores – encerrada nesta segunda-feira – mostram que os principais mercados foram pouco abalados pela restrição de investidores imposta pela Fifa. Um efeito bem diferente do Brasil onde as contratações caíram drasticamente após a limitação válida em 2015. Até os clubes mexicanos ousaram mais do que os brasileiros.

Foram encerradas as janelas de transferências de inverno em países como Espanha, Alemanha, Itália, Inglaterra e França – é o período menos forte por lá. Desses, os clubes alemães, italianos e espanhóis aumentaram os gastos em relação ao inverno de 2014. Entre os ingleses, maiores investidores, houve pequena queda no valor. Só a França teve redução significativa no custo das transações.

No total, essas cinco ligas gastaram em torno US$ 332 milhões com os ingleses no topo do ranking US$ 121 milhões. A média de transações saltou de US$ 2,5 milhões para US$ 3,6 milhões já que caiu o total de negociações de 460 para 384.

O México aumentou o investimento em atletas, saltando para US$ 50 milhões, quase o triplo do último inverno e mais do que França e Itália. Não há números oficiais para a China – cuja janela não fecha agora -, mas aumentou consideravelmente o gasto dos times locais com contratações como pode ser demonstrado pelo ataque ao mercado brasileiro.

Enquanto isso, em terras nacionais, os clubes brasileiros tiveram dinheiro reduzido destinado a contratações por conta da grave crise financeira, e da proibição de investimentos por parte de terceiros.

"Quem foi afetado foi Portugal e os clubes menores da Espanha que questionam a medida da Fifa. Os clubes ricos nada sofreram porque não usavam investidores, assim como toda a Alemanha", contou o advogado especialista em direito internacional, Marcos Motta. "Enquanto isso, o mercado no Brasil foi horroroso. Aumentou o abismo."

No Brasil, quem investiu dinheiro próprio em contratação foi o Palmeiras, com Dudu, o Cruzeiro, com o uruguaio De Arrascaeta, e o São Paulo, que decidiu gastar com Centurión, Thiago Mendes e Jonatha Cafu. Nenhum deles, no entanto, têm sobras no caixa para investir forte, tendo obtido recursos com vendas, ou antecipações de receita. Não existe um número final porque a janela do Brasil fecha em abril, mas certamente o total ficará longe das cifras até mexicanas.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.