Tesoura do governo poupa Olimpíada e atletas de cortes profundos
Em um período de ajuste fiscal pela crise econômica, o governo federal indicou que poupará de cortes a organização da Olimpíada e a preparação de atletas para a competição. O Ministério da Fazenda deu aval positivo ao plano inicial do Comitê Rio-2016, embora a responsabilização de cada item vá ser discutida. E cartolas de confederações olímpicas receberam a promessa de que não haverá cortes de verbas para os esportistas até o evento.
Quando o Rio de Janeiro foi eleito sede da Olimpíada, em 2009, o governo federal se tornou o fiador do projeto. Pelo orçamento do Rio-2016, as contribuições dos três níveis de governo (município, Estado e União) são entre US$ 700 milhões e US$ 800 milhões (R$ 1,858 milhões pelo dólar da época), isto é, R$ 600 milhões para a administração de Dilma Rousseff. Esse dinheiro não passará pelo comitê sendo direcionado diretamente a bancar determinados projetos.
A fatia do governo federal está garantida. O programa foi mostrado a um representante do Ministério da Fazenda, e o ministro Joaquim Levy já participou de reunião sobre o tema. Agora, as partes discutem que item fica com cada um em relação a overlays e instalações temporárias. A discussão tem sido direta apesar da coordenação da Olimpíada estar a cargo da Casa Civil.
Do lado da preparação de atletas, que está no âmbito do Ministério do Esporte, os cortes não devem chegar até o final da Olimpíada. Pelo menos essa foi a sinalização do ministro George Hilton, em reunião no início do ano com os dirigentes olímpicos. "Não tem nenhuma previsão de corte nas verbas", afirmou o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, que é também presidente do comitê organizador.
Um fator a favor das confederações é que boa parte das verbas vem de estatais em contratos com validade pelo menos até 2016. A Caixa Econômica já informou que fica no atletismo, o BB (Banco do Brasil) manteve-se no vôlei apesar do escândalo na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), e o Correios terá seu vínculo com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) até a Olimpíada. Outras estatais continuam suas parcerias e uma parte delas banca até bolsas medalhas (salários para atletas).
"Não vai ter corte pelo que o ministro me falou. E ele ainda prometeu usar todo o seu prestígio no Congresso para tentar levantar mais verba", contou o presidente da entidade, Coaracy Nunes. "Esse projeto (bolsa medalha) continua forte." Resta saber se Levy, conhecido como mãos de tesoura, permitirá que o governo federal mantenha essa posição até os Jogos de 2016.
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