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Rodrigo Mattos

Palmeiras está perto do Inter em sócios, mas longe na renda. Veja ranking

rodrigomattos

15/03/2015 06h00

O Palmeiras superou 100 mil sócios-torcedores e ameaça a liderança do Internacional em número de associados, mas ainda está bem longe em termos de receitas neste item. O blog fez um levantamento da estimativa de faturamento dos principais programas dos grandes times do Brasil para 2015. Os gaúchos ainda lideram de forma folgada em rendas.

Pelo torcedêmetro, medidor da Ambev para o número de associados, o Internacional é o líder com 130.205 associados. O clube, no entanto, admite que são 107 mil em dia com seus pagamentos, sendo que os restante continua no cadastro. Já o Palmeiras tem 102.239 sócios. Se todos os palmeirenses estiverem regulares, o que não foi possível verificar, a diferença é só de 5 mil.

Só que o programa colorado é bem mais rentável. O Avanti, programa palestrino, tem a expectativa de uma renda anual líquida de R$ 25 milhões para 2015 após a adesão em massa da torcida.

"Nossa receita anual bruta é de R$ 70 milhões. Não sei precisar qual o custo da operação porque é dividido dentro de vários setores do clube, que tem caixa único", explicou o vice-presidente de marketing do Internacional, Luiz Henrique Nuñez. "É um programa bem sucedido que está em sexto no mundo. É nossa maior receita, acima de televisão."

Outros times estimam em torno de um quarto o custo operacional dos programas, mas claro isso depende de cada modelo. Assim, o Inter poderia ter mais do que o dobro dos palmeirenses em renda líquida.

A explicação para a diferença de renda está no número de torcedores em cada faixa de preço. O Palmeiras tem um dos pacotes mais baratos de times brasileiros por R$ 9,9 – o mais caro é de R$ 599,99. Já o Inter tem programas de R$ 15,00 a R$ 85,00, em três modelos diferentes.

Outros clubes que superam a receita palmeirense com menos sócios-torcedores são o Grêmio (84 mil sócios), Cruzeiro (69 mil) e Flamengo (54 mil). O tricolor gaúcho estima sua renda com quadro social em R$ 50 milhões em 2015, o que certamente representará um ganho líquido maior do que o alviverde.

Já o time mineiro arrecadou R$ 36 milhões brutos m 2014, e estima que lhe sobram R$ 27,7 milhões. "Nosso programa tem duas oportunidades. Uma delas é a mensalidade e a venda de ingressos, que associados chegaram a R$ 54 milhões. Outra é o relacionamento com os nossos sócios que nos permitem outros negócios", contou Marcone Barbosa, diretor de marketing do Cruzeiro.

Embora o Cruzeiro esteja praticamente empatado com o Flamengo em receita bruta e líquida, o clube mineiro tem situação melhor porque já tem os cerca de 70 mil que lhe garantem a renda deste ano. O clube carioca está abaixo da sua meta que é 60 mil.

Se ainda está atrás de rivais nacionais, o Palmeiras tem uma arrecadação com sócio-torcedor que supera por larga margem os rivais Corinthians e São Paulo. Ambos ainda estão em patamares abaixo dos R$ 20 milhões – os corintianos estimam apenas R$ 6,2 milhões no orçamento de 2015. Veja o ranking de receita estimada com sócio-torcedor para cada um dos sete entre os oito com mais membros (não foi possível obter dados do Santos):

1o Inter – R$ 70 milhões – receita bruta – 130.025 sócios (107 mil em dia)

2o Grêmio – R$ 50 milhões – receita bruta – 81.103 sócios

3o Flamengo – R$ 37 milhões – receita bruta (R$ 27,7 milhões líquidos)* – 54.427 sócios

4o Cruzeiro – R$ 36 milhões – receita bruta (R$ 27,7 milhões líquidos) – 69.055 sócios

5o Palmeiras – R$ 25 milhões receita líquida** – 102.339 sócios

6o São Paulo – R$ 18 milhões receita bruta – 52.509 sócios (considera os dependentes, mas não os inadimplentes)

7o Corinthians – R$ 6,2 milhões receita bruta***  – 84.025 sócios

*Essa expectativa é com média de 60 mil torcedores no ano, mas o clube está com 54 mil no momento

**Não foi possível obter a previsão de receita bruta

***Número consta do orçamento do clube, mas houve aumento de adesões em 2015 com a Libertadores

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.