Topo

Rodrigo Mattos

O que os títulos dos Estaduais significam para o Brasileiro? Nada

rodrigomattos

04/05/2015 06h00

Danilo Verpa/Folhapressjogadores-do-santos-comemoram-gol-de-david-braz-na-final-do-paulista-1430682875990_615x300
Encerrados os Estaduais, títulos festejados, os times terão apenas uma semana para iniciar o Brasileiro. Sempre fica a pergunta: o que as taças dos campeonatos regionais nos dizem sobre os futuros desempenhos das equipes na Série A?

Para responder essa pergunta, é preciso olhar o histórico dos Estaduais desde a implantação dos pontos corridos. Foram 12 campeonatos nacionais desde 2003, e apenas em quatro deles os campeões tinham vencido os regionais. Foram o Cruzeiro (2014, 2003), Fluminense (2012) e Flamengo (2009). Ou seja, um terço dos títulos foi para campeões em seus Estados.

São 12 agremiações consideradas grandes no país que atuam em quatro Estaduais, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul (que não ganhou nenhuma taça nos pontos corridos). Como são quatro campeões por ano dessas competições, majoritariamente grandes, há uma chance de um terço deles conquistarem o título.

Em resumo, ganhar Estadual, estatisticamente, não significa nenhum aumento de chance de prevalecer no Brasileiro. Ressalve-se: isso não diminui a importância dos títulos, apenas é uma análise sobre se servem como parâmetro no âmbito nacional. Campeões, Santos, Vasco, Inter e Atlético-MG podem até se dar bem, mas não será por conta de seus bons desempenhos nestes primeiros meses.

Basta ver um exemplo: o São Paulo tricampeão, time mais dominante da era dos pontos corridos, não levou nenhum Paulista no período. O Santos e o Flamengo, maiores campeões nos Estaduais do eixo Rio-SP nesta época, só levaram duas taças nos pontos corridos.

E como se explica essa falta de relevância do regional para o Brasileiro se os campeões enfrentam rivais fortes nas fases finais? Há vários fatores: diferenças de formatos dos campeonatos, necessidade de elenco, alterações nos times durante o ano, prioridade para a Libertadores, etc.

Um exemplo é o Santos. Foi claramente superior aos rivais no Paulista. Mas tem um time, não um elenco para vários meses. Suas dificuldades financeiras podem começar a pesar mais adiante. Será que o time conseguirá repetir o desempenho em oito meses de Brasileiro? Pode ser que sim, mas certamente não é o Estadual que vai indicar isso.

Dito isso, findo o Estadual e a primeira fase da Libertadores, é como se iniciasse outra temporada para o futebol brasileiro a partir da próxima semana.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.