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Rodrigo Mattos

Qual é o melhor time brasileiro desta semana?

rodrigomattos

07/05/2015 06h00

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As estreias dos times brasileiros no mata-mata da Libertadores derrubaram verdades construídas por nós jornalistas e por torcedores nos últimos meses: o Corinthians é o melhor time do Brasil, o São Paulo estava morto e sem forma de jogar, esse técnico Diego Aguirre terá dificuldades para construir um Inter. E o que ficou no lugar?

Sejamos honestos, é precipitada qualquer análise que aponte um time como o melhor do país no momento (este blog errou também), ou favorito à Libertadores ou ao Brasileiro. A diferença entre essas cinco equipes que representam a elite do futebol nacional não é tão grande que justifique afirmações definitivas – até os seus mais próximos perseguidores não estão tão longe assim.

Então, só podemos analisar qual o melhor time da última quarta-feira. O Internacional apresenta-se como candidato em ascensão pela atuação segura diante do Atlético-MG no Independência. Mas, ao se verificar os números da partida da Conmebol, percebe-se que o Galo concluiu o dobro de vezes a gol e que teve mais posse de bola.

Ora, os dados frios não mostram tudo que se passou em uma partida. Fato é que o time colorado soube controlar um adversário difícil fora de casa, e mostrou ter um elenco para além de um time de futebol – afinal, não tinha Nilmar em campo. O que se soma às boas atuações recentes. Não é o suficiente, no entanto, para destacá-lo dos demais.

Mesmo raciocínio se aplica à partida do Morumbi. Não há dúvidas sobre a superioridade são-paulina ali. Foi o time brasileiro que mais concluiu a gol com 19 arremates, o triplo dos cruzeirenses. Conseguiu mais posse de bola e passes.

Só que o time mineiro está em armação e, ainda assim, foi capaz de se mostrar bem postado e de confirmar o potencial de jogadores como Arrascaeta, bem vaga-lume no momento, e a certeza de ter o bom técnico Marcelo Oliveira. Sabe-se lá o que será capaz no Mineirão?

O Corinthians, antes laureado, se apresenta como a maior incógnita. Deu apenas 10 chutes a gol, quase todos no final do jogo quando já perdia, e foi dominado por um Guaraní ajustado que arrematou 12 vezes ao gol, sempre com mais perigo. Por incrível que pareça, dominou a posse de bola, embora de maneira estéril.

Essa postura frágil, no entanto, dificilmente se repetirá em sua casa com a torcida ao lado, e após sabe se lá quantas palestras e broncas de Tite. Os jogadores são os mesmos elogiados há um mês. Há um problema de atrasos de salários, mas ainda não está claro o quanto afeta o time. Não será surpresa que a equipe volte ao ritmo anterior no jogo de volta e se classifique.

Aliás, após três meses de temporada, é difícil classificar os times como surpresas e favoritos no futebol nacional que só costuma descobrir sua realidade durante o Brasileiro.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.